De 25 de setembro e até 12 de dezembro, abre-se ao público com ingresso gratuito a 29ª Bienal de São Paulo, com cerca de 850 obras de 159 artistas brasileiros e estrangeiros no Pavilhão do Ibirapuera.

Como explica a organização, “a exposição pretende ser simultaneamente uma celebração do fazer artístico e uma afirmação de sua responsabilidade perante a vida e a sociedade. Para afirmar a estreita e ambígua ligação entre arte e política, a 29ª Bienal de São Paulo toma emprestado, como título, um verso da obra Invenção de Orfeu (1952), do poeta Jorge de Lima: ‘Há sempre um copo de mar para um homem navegar’. Verso que sugere que a dimensão utópica da arte está contida nela mesma, e não no que está fora ou além dela”.

Com curadoria de Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias, a mostra mescla obras de diversos países, tanto quanto de diversos períodos. As chamadas “obras históricas” compõem com as atuais o panorama que pretende refletir o mundo contemporâneo. Esta Bienal é tanto contemplativa como participativa, não apenas por meio das instalações que interagem com o público, mas pela concepção que este ano agrega os “Terreiros”, como formas diversas de experimentar a potência transformadora da arte. São seis espaços de convívio usados para falas, projeções, performances e leitura, remetendo aos largos, praças, terraços, templos e quintais, lugares abertos ou fechados, onde em quase todo canto do Brasil se dança, briga, canta, brinca, toca, chora, conversa, joga ou se ritualiza a religiosidade. Caracteriza-se assim uma exposição para visitar muitas vezes, explorar e participar.

Polêmica – O que é uma Bienal sem ela? Se na edição anterior o “vazio da arte” incomodou e o espaço foi “preenchido” pelo grafite transgressor, este ano são as obras do artista Gil Vicente a criar “climão” antes da inauguração. A série Inimigos, produzida entre 2005 e 2006, mostra auto-retratos do artista em posição de ameaçador potencial executor de personalidades públicas, políticas e religiosas. Mesmo já tendo sido exposta em várias galerias pelo Brasil, foi aqui e agora que a série tocou a sensibilidade da OAB, que tenta impedir sua exibição. O que, é óbvio, está repercutindo como mais um atrativo para aumentar a visitação da mostra.

Identidade Visual – Interessante checar o website da Bienal, seção Canal 29, e assitir, entre outros, o vídeo “A Identidade Visual da 29ª Bienal de São Paulo”, que conta como o designer André Stolarski e equipe chegaram ao ícone-base – a bússola feita de cortiça e agulha em um copo com água – e às variações que norteiam a comunicação do evento.

Serviço:

Parque do Ibirapuera, Portão 3 – Tel. 55 11 5576-7600

Entrada gratuita

Horários de funcionamento: de 2ª a 4ª feira: das 9 às 19h (entrada até as 18h);

5ª e 6ª feira: das 9 às 22h (entrada até as 21h); Sábado e domingo: das 9 às 19h (entrada até as 18h)

www.29bienal.org.br