PPOW: Qual a preocupação da ABETA nesse caminho de uma empresa associar-se?

A preocupação é saber se a empresa tem essa mesma preocupação com a qualidade, uma preocupação em realizar um trabalho sustentável e boas intenções. A nossa filosofia é justamente atrair mais empresas para a associação para poder até ir trabalhando no decorrer do caminho nos detalhes, para que a empresa também possa crescer e melhorar.

A Abeta busca disseminar todo esse conhecimento, disseminar tanto as informações, como a segurança, a capacitação do guia que vai atender o cliente. Além do turismo sustentável, de estar trabalhando a comunidade local.

O que fazemos é uma cadeia, então desde as agências que vendem até o guia, precisam todos estar com uma filosofia similar. Porque senão em algum momento vai dar problema. Hoje em dia, percebemos que essa mudança é muito grande com a ABETA e sem a ABETA. Problemas sempre aparecem, mas sempre corremos atrás da solução par melhorar cada vez mais.

PPOW: Existe alguma fiscalização para saber se a empresa está mantendo as normas?

O papel da ABETA não é fiscalizar e sim auxiliar na capacitação. A cobrança vem do próprio consumidor.

PPOW: Como a ABETA está atualmente em relação aos associados?

O trabalho da ABETA agora parte para uma segunda etapa que é a comercialização muito mais forte. Então, agora buscamos atacar o consumidor final com o site Viagem na Natureza. Tem uma estratégia agora de trabalhar tudo isso com o consumidor final.

Não está fácil vender Brasil, pois o dólar com este patamar faz muitas pessoas quererem ir para fora, só que estamos buscando as melhores alternativas. Muitas vezes não é preciso fazer um super deslocamento, com ótimas opções de turismo ao ar livre em regiões próximas.

PPOW: Como você vê essa atração do público em geral em relação ao Ecoturismo?

Como eu trabalho com esse meio há muitos anos, eu tenho o foco com esse público que gosta de natureza. Para a gente que está neste meio acaba se tornando normal, mas quando se olha para fora e vê que 90% das pessoas não têm esse espírito, essa vontade, e que quando vão para a natureza voltam transformados. Praticamente, 100% das pessoas que fazem alguma coisa ligada ao turismo de aventura, querem voltar para praticar novamente.

Uma de nossas estratégias também é atingir as crianças, um trabalho em família. Pensamos muito se essa criançada crescer apenas em frente ao computador e TV, não terá um resgate de nada, de lembranças como ir pescar com o pai, ir para o sítio, temos que fazer um trabalho intenso senão lá na frente não terá nada disso.

PPOW: Quantos associados a ABETA projeta ter?

Imaginamos um número em torno de duas mil empresas como potencial. Mas muitas empresas abrem querendo trabalhar com ecoturismo e as vezes não há uma demanda no local, não fez um estudo planejado e depois de um tempo fecha. Tem um percentual de empresas que abrem e fecham, outro percentual que vai fechar, mas no caminho todo percebemos um crescimento.

PPOW: Para você o que é desenvolvimento sustentável?

Quando a gente fala em desenvolvimento sustentável, muitos pensam apenas no meio ambiente, só que a melhor forma de cuidar do meio ambiente é cuidar da educação das crianças. Ensinar a importância de cuidar da natureza, de separa o lixo, são várias ações onde os associados realizam essa iniciativa ou apoiam de alguma maneira.

Muitas vezes a ABETA entra com uma divulgação ou dissemina essa pratica. Queremos ampliar muito essa história de plantar sementinhas e realizar novas ações.

Outra ideia é mudar esse pensamento de que se você visitar determinados lugares, você vai contribuir para destruir o lugar. É muito pelo contrário, pois você está gerando uma renda, e ajudando a comunidade, para que ela muitas vezes deixe de caçar, pescar, etc.

Quando falamos de turismo sustentável, na minha opinião é turismo responsável, que você pensa na cadeia toda. Você vai pensar que todos vão ganhar e que o meio ambiente também vai ganhar e vamos ter tudo isso no futuro.

PPOW: Como a ABETA trabalha a divulgação para o exterior?

A ABETA, além de fazer a nossa lição de casa aqui no Brasil, busca fazer toda a divulgação lá fora. O Summit é um evento que já faz isso há alguns anos, onde convida operadores, com apoio do Ministerio do Turismo e da Embratur, para conhecer destinos aqui no Brasil para eles comercializarem.

Desde que começamos a fazer famtur (viagem de familiarização), que vai para o quinto ano, os operadores vem, alguns voltam para fazer outros destinos, sempre operadores de lugares diferentes, como dos Estados Unidos, da Europa, que possuem um grande potencial para vender o Brasil e se encantam com as regiões.

Mas o dólar neste patamar está atrapalhando. As agências de fora comentam que o Brasil está muito caro, e não só na questão do pacote, mas tudo, desde restaurante até hotel, pois quando eles comparam com outros países eles acham muito caro. O câmbio desfavorável é um problema que não temos o que fazer.

Tem que esperar, torcer, e atingir os operadores que possuem um ecoturismo em outro nível, que veem o Brasil como um destino diferenciado em outro patamar, pois não adianta trazer um operador que vende um produto baratinho, ai ele vai vender a Amazônia peruana, que é muito mais barata que a nossa.

PPOW: Quais os destinos mais procurados pelos estrangeiros?

Os estrangeiros de uns anos pra cá estão em busca de outros destinos, principalmente o operador que vem em busca da nossa associação que é focada em Ecoturismo e Turismo de Aventura. A Amazônia, o Pantanal, Foz do Iguaçu, Salvador, Fernando de Noronha, o básico eles já conhecem.

Então eles buscam coisas diferentes. É claro que falo de um nicho focado ao ecoturismo, pois se pensarmos em um turismo geral no mundo é claro que o Brasil vende muito mais os destinos tradicionais. Mas com todo esse trabalho a gente consegue hoje em dia atingir empresas lá fora que buscam produtos diferenciados.

PPOW: Qual o maior diferencial do Brasil que eles encontram aqui, mas não acham em nenhum outro lugar do mundo?

A nossa alegria, a nossa receptividade. O povo é incrível. De norte a sul não tem o que falar. Mas é claro, que algumas regiões mais. Em algumas comunidades os turistas estrangeiros não querem nem ir embora, eles chegam e todo mundo trata bem, e isso não é fácil. Não é em qualquer lugar do mundo que tem esse calor.

Mas ainda temos o problema ainda em relação a infra-estrutura, logística, mas é ai que esse outro lado compensa.

PPOW: Qual a região que os brasileiros mais procuram?

Fernando de Noronha, Pantanal, Bonito, Chapada Diamantina, Lençóis Maranhenses são destinos clássicos para quem gosta de natureza. Mas atualmente vendemos uma gama de destinos diferentes que há um tempo nem imaginávamos.

PPOW: Comente um pouco do site Viagem na Natureza lançado recentemente?

O site Viagem na Natureza (http://viagem-natureza.com.br/) vai trabalhar diversas dicas para o público final, pensando nos associados, em divulgar cada associado na sua região. Até agora sabermos que existem produtos muito bons, mas ainda o consumidor não conhece. Esse site vai ajudar muito nessa história de mostrar para o consumidor todo esse potencial. Temos que mostrar as regiões que são lindas e possuem uma estrutura para a pratica do turismo de aventura com segurança.

PPOW: Quais as vantagens de estar com a ABETA?

São várias vantagens. Acho que a primeira é você acompanhar tudo o que acontece em primeira mão sempre, tem algum evento, tem alguma coisa ligada o setor, a gente recebe tudo em primeira mão.

Temos uma lista de benefícios que vou pontuar algumas que fazem sucesso e que realmente vai ser um beneficio. São oferecidos diversos cursos gratuitamente, ele tem todo um apoio de tudo que chega de um plano de comunicação, a gente não concentra tudo isso na ABETA, isso foi toda uma pesquisa, um trabalho de consultoria que custou caro e disseminamos.

Visualizamos diversas dúvidas que os associados podem ter para ajudarmos de alguma forma, desde coisas simples até coisas mais complexas.

PPOW: Qual o seu roteiro preferido no Brasil?

É muito difícil. Mas um que me marcou muito foi uma expedição onde desci o rio Arapiuns de Alter do Chão. Eu desci de barco em uma expedição de 3 dias. Foi muito impressionante, porque a água parece que você está no mar do caribe, bem transparente. Diversas comunidades. Nós parávamos em comunidades no meio do nada, no meio da floresta, muito autenticas que queriam passar os costumes, então essa viagem marcou.

Outros que destaco são Fernando de Noronha e Chapada Diamantina.

PPOW: Se você tivesse superpoderes o que você mudaria no mundo?

Acho que se eu tivesse superpoderes eu tentaria fazer com que os lideres prestassem um pouco mais de atenção no futuro, nas crianças, nessa parte de educação. Se a gente começar a cuidar um pouco melhor das crianças já seria um bom caminho para mudar todo o resto.

O PPOW tem 4 canais principais: Brilhe, Explore, Inove e Prove. Indique para cada um deles uma palavra que tenha ligação com seu estilo de vida.

BRILHE – Sol
PROVE – A vida ao ar livre
INOVE – ABETA
EXPLORE – Novas ideias

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