Artista apresenta “rio oir” no Projeto Ocupação do Itaú Cultural
A terceira mostra neste ano da série Ocupação tem curadoria do arquiteto e urbanista Guilherme Wisnik; ele retoma um projeto do artista iniciado nos anos 70, cujo tema é as águas das três principais bacias do país: Tocantins, Paraná e Rio São Francisco; reiniciado em 2009, a convite do Itaú Cultural, resulta para o visitante uma experiência altamente sensorial e de alerta ambiental
Com abertura marcada para o dia 20, em coquetel para convidados, Ocupação Cildo Meireles fica em cartaz para o público de 21 de agosto a 2 de outubro. Em rio oir a arte visual é envolta em penumbra para dar luz à sonoridade. O título é um palíndromo: rio oir, em um jogo de palavras que faz referência ao fluxo da água, à audição, e à risada. É Cildo em seu estado mais puro: da dessacralização da arte, em que a capacidade sensorial predomina sobre o visual, e da mensagem política e socialmente crítica.
“O material coletado foi direcionando a natureza formal do trabalho”, disse ele em entrevista ao curador Guilherme Wisnik, sintetizando: “Encontramos nascentes natimortas, o que foi muito impactante; e percebemos que muito em breve as águas fluviais do Brasil serão, de certa forma, residuárias, pois elas já estão sendo conspurcadas na fonte.”
Na Ocupação
rio oir desemboca em um long play de vinil – com edição de som de Filipe Magalhães, e prensagem em Londres, no estúdio Abbey Road usado em seu tempo pelos Beatles. Disco e obra contêm sons de água, de um lado, e sons de risadas, de outro. Como no LP, ao entrar na Ocupação Cildo Meireles, o visitante encontra no centro do espaço expositivo uma construção em formato curvilíneo, dividida ao meio por um estreito corredor fechado e encimado por um jogo de espelhos.
Essa passagem envolve uma vitrola onde gira o disco, que desenrola a obra, envolve sonoramente o visitante, e serve de divisória para a formação de duas salas independentes dentro de uma mesma construção. Uma delas abriga o som das águas, ao qual o artista incorporou mais líquidos, como esgoto e urina. A outra, o som de risadas. Do lado de fora, nas paredes que envolvem esse espaço, monitores e back lights exibem as imagens de fotos e vídeos das viagens pelos quatro lugares onde o artista foi capturar esses sons.
Documentário
Na abertura para convidados será exibido o documentário Ouvir o Rio: Uma Escultura Sonora de Cildo Meireles, de Marcela Lordy. O filme, de 70 minutos, acompanha o trabalho do artista plástico na busca do som das principais bacias hidrográficas brasileiras e nas águas processadas pelo homem. Cildo, visto em plena atividade, dá origem a uma verdadeira “escultura sonora”, encontrando nova forma de exprimir a relação da humanidade com esse elemento essencial à vida, tema de importância planetária.
Fonte: Canal Contemporâneo
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De 21 de agosto a 02 de outubro de 2011
Cildo Meireles – rio oir
Itaú Cultural
Avenida Paulista 149 – Paraíso – São Paulo, SP
De terça a sexta das 9h às 20h, sábado, domingo e feriado das 11h às 20h
Informações pelo tel. 11 2168 1777
www.itaucultural.org.br
Fotos: Reprodução