A yoga da auto-realização ensina como concentrar a mente
“Quanto mais concentrada a mente, mais poder atrai para reforçar determinado ponto: esse é o segredo”. Swami Vivekananda
A Raja Yoga é uma ciência que nos ensina a alcançar a verdade do ser interior através de um método organizado e prático. Propõe meios de observação dos estados internos e o instrumento é a própria mente. Ela nos ensina como concentrar a mente. É fácil permanecer centrado em coisas exteriores, porém é mais difícil voltá-la para dentro do ser. Essa prática é física e mental, pois a mente está intimamente ligada ao corpo. Quando estamos em estados negativos o corpo sente a mesma carga de vibração negativa.
Dentro do Yoga, a prática da concentração segue um “caminho óctuplo”, ou Ashtanga, consistindo, como indica o nome, de oito partes:
1 – Yamas – conduta equilibrada
2 – Niyamas – pureza de conduta
3 – Asanas – posturas físicas e mentais
4 – Pranayamas – controle da energia pela respiração
5 – Prathyahara – sentidos dominados
6 – Dharana – foco da mente
7 – Dhyana – meditação
8 – Samadhi – total integração com o ser interior
Todas elas estão interligadas entre si. Para se alcançar cada parte é necessária a prática de todas.
Na Raja Yoga, especificamente, os quatro últimos níveis estão mais ligados por se tratar de uma prática meditativa, embora as posturas e os pranayamas ajudem muito para se alcançar esses estados mais profundos da consciência.
Nas posturas do Hatha Yoga temos quatro delas que podem ser praticadas durante o processo de meditação. Embora na maioria delas a pessoa fique sentada, pode-se também estar de joelhos (Vajrasana) contanto que a coluna vertebral se mantenha reta.
Isso se faz necessário para que os canais internos de energia (nadis) possam fluir livremente durante a prática.
As posturas praticadas durante a meditação (Raja Yoga) são:
1 – Padmasana – postura do lótus
2 – Sidhasana – a postura perfeita
3 – Swasticasana – é a que faz circular maior energia
4 – Sukhasana – postura fácil, básica
Os pranayamas (respirações) constituídos de pausas (retenções) ajudam a controlar as ondas mentais. Ao acalmá-las e regulá-las ajudam o controle dos sentidos e, assim, controlam a mente.
A concentração e a contemplação conduzem a níveis profundos alterando a consciência. Harmonizam e trazem paz interior.
“Aquele que é capaz de retirar seus sentidos dos objetos dos sentidos, assim como a tartaruga recolhe seus membros para dentro do casco, está firmemente fixo em consciência perfeita.”
Na próxima semana explicaremos os 4 últimos degraus do Ashtanga e sua prática.
Fontes: A prática da meditação – Raja Yoga, Swami Vivekananda / Sadhana – Swami Sivananda
Fotos: Wagaung/Wikimedia Commons (no alto) e Eric Pouhier/Wikimedia Commons (ao lado)