Cape Town e um safári fotográfico formam tabelinha imbatível para um rápido giro turístico africano


PRIMEIRO TEMPO: CAPE TOWN E ARREDORES

Destino top quando se fala em África do Sul, a alegre e descontraída Cidade do Cabo une natureza e história nas mais diversas atrações, muitas delas concentradas na área do cais, o famoso Victoria & Alfred Waterfront, complexo com excelentes opções de hospedagem, compras, gastronomia e entretenimento. Do artesanato típico à fina joalheria, de restaurantes e wine bars a aconchegantes cafés, de museu a aquário, o Waterfront agrada a todos os perfis de turista. Um programa diferente e divertido é o que oferece a Mineral World and Scratch Patch, onde no cenário simulado de uma antiga mina, milhares de pedras africanas típicas, como olho-de tigre, quartzo rosa, ametista, jasper e ágata, se espalham no chão e podem ser  “garimpadas” em copos ou saquinhos (comprados na entrada) para levar para casa.

Quando o por do sol se anuncia, a dica é embarcar num cruzeiro e fechar o dia com um drinque ou jantar vendo surgir as luzes do centro a partir do mar.

Onde se hospedar na África do Sul?

O Victoria & Alfred Hotel  reforça no nome a homenagem à visita que o príncipe Alfred,  filho da Rainha Victoria, fez à cidade em 1870. Mas o maior charme do hotel reside na origem das suas instalações, um enorme galpão erguido em 1904 como depósito do porto. Restaurado e adaptado, com todas as facilidades estreladas, ainda exibe vigas e ornamentos de ferro forjado nos longos corredores, que hoje levam ao luxo e conforto das suítes com frente para o badalado cais.

Passeio pela Table Mountain

A partir do V&A Waterfront pode-se admirar  a imponente Table Mountain. Com seus mil metros de altitude e peculiar formato achatado, a montanha valoriza a paisagem ao redor e, para quem vem do mar, já aparece no horizonte a uma distância de 150 quilômetros! Obrigatório fazer a subida de teleférico para apreciar as vistas de Clifton, Sea Point, Table Bay, Robben Island (onde Nelson Mandela ficou preso por 18 anos), Cape Peninsula e do moderno Greenpoint Stadium, construído para os jogos da Copa 2010. Para quem preferir a subida a pé, são apenas três quilômetros, porém íngremes e exigentes de ótimo preparo físico, num programa que leva por volta de três horas. Há quem prefira a opção light de subir a pé e descer de teleférico.

 
 

Praias e jardins africanos

Com tempo sobrando, Clifton, Camps Bay, Llandudno e Hout Bay são praias próximas da cidade, ao longo da Victoria Road, boas para relaxar e tomar sol. Já para caminhadas com vistas espetaculares das montanhas, a pedida é o jardim botânico Kirstenbosh, que desde 1913 reune amostras da rica flora africana, mas é famoso também como cenário ideal para piqueniques.

O vale dos vinhedos da África do Sul

A apenas meia hora de carro de Cape Town, o Vale de Constantia é a mais antiga rota de vinhedos da África do Sul. A propriedade Groot Constantia data de 1685 e, junto com os vinhedos Klei e Buitenverwachting, forma o circuito que proporciona um prazeroso passeio pelas vinhas de espécies européias, tradição dos reconhecidos vinhos sul-africanos.

Península, pinguins e dois oceanos

Na área da Península do Cabo, Boulders Beach tem como “vizinha de areia” uma inusitada e simpática colônia de pinguins que vale a visita guiada pelo pessoal do parque nacional. False Bay e as praias de St. James e Muizenberg com suas coloridas cabines de banho vitorianas são atrações deste lado da península.

 
 

Em direção ao sul, a área selvagem protegida do Table Mountain National Park guarda para os visitantes o espetáculo de penhascos sobre o mar de azul profundo, aqui e ali pontuado de prainhas que desenham o contorno de Cape Point. A vista de tirar o fôlego está à altura do encontro dos oceanos Atlântico e Índico, no que um dia foi o Cabo das Tormentas, como o batizou Bartolomeu Dias, primeiro europeu a contorná-lo, no século 15, mas renomeado “marketeiramente” pelo rei D. João II como Cabo da Boa Esperança.

SEGUNDO TEMPO: OS DONOS DO TERRITÓRIO

A nordeste de Johannesburg, colado à fronteira de Moçambique, o Kruger National Park é o destino para a aventura de observar a vida selvagem africana. Com área de 20 mil quilômetros quadrados, o parque oferece inúmeros “restcamps” como opções de hospedagem, além de ser circundado por outras tantas reservas, que oferecem da mais rústica à mais sofisticada experiência de estadia nesse ambiente natural.

Reserva “ecopioneira”

Na borda do Kruger Park e totalmente integrada a ele sem qualquer cerca, MalaMala se destaca por ser a primeira reserva particular da África do Sul a optar pelo ecoturismo como alternativa à caça, adotando a prática do uso sustentável da terra, isso desde 1962. De lá pra cá, mais de 700 reservas particulares adotaram esse modelo pioneiro. Vale lembrar que antes de reservas de vida selvagem, essas propriedades eram reservas de caça, o esporte predatório que colocou várias espécies em perigo de extinção. Mas os safáris hoje são fotográficos e os atuais caçadores de imagens querem mais é explorar a savana com estilo, conscientes da importância da preservação.

Big Five em MalaMala

Em MalaMala, há três tipos de alojamento com níveis diferenciados de privacidade, mas igualados no conforto. Main Camp, com clima africano estilizado, é indicado para famílias; Sable Camp é ideal para desfrutar uma atmosfera mais tranquila; e Rattray’s on MalaMala ostenta a marca da exclusividade e do alto luxo da era colonial. Seja onde for, o objetivo principal é observar os chamados 5 grandes – leão, leopardo, rinoceronte, elefante e búfalo – , durante a estadia.

Apesar de não haver um dia igual a outro na savana, pois tudo depende da movimentação espontânea dos animais, a rotina do camp inclui horários estabelecidos para as saídas em jipes abertos para observação. Cada grupo de 4 pessoas fica sempre sob a orientação de um ranger treinado, que sabe como ninguém conduzir o grupo para onde está a ação. Um dia típico apresenta a seguinte programação:

_ Às 6:30hs o ranger acorda o seu grupo.

_ Às 7:00hs, café da manhã e saída para o primeiro safári.

_Às 11:00hs, retorno ao camp e caminhada pelo “bush”, próximo da hora do almoço.

_ Às 13:00hs, almoço.

_Às 15:00hs, café e saída para outro safári. Para que todos apreciem o espetáculo do por-do-sol “in style”, o pessoal do camp leva uma geladeira bem servida de snacks e drinques.

_Quando anoitece aumentam as chances de presenciar cenas de perseguição, daquelas do tipo National Geographic…

_Às 19:00hs, volta ao camp.

_É o tempo de tomar um banho e reencontrar os outros hóspedes no bar, tomar um drinque, contar histórias e seguir para o jantar na “boma”, tipo de cercado redondo onde há uma fogueira no meio, as mesas em volta, e onde acontecem performances de canto e dança típicas africanas.

Fim do jogo, com a conquista de uma experiência inesquecível acrescentada à bagagem de cada viajante.

SAWABONA! – a saudação africana que significa “Eu te respeito, eu te valorizo, você é importante para mim!”

Para mais informações, acesse:

www.waterfront.co.za

www.newmarkhotels.com/newmark/vahotel

www.sanparks.org/parks/table_mountain

www.cape-town.org

www.tablemountain.net/

www.grootconstantia.co.za

www.malamala.com

Fotos: Alessandra Przirembel Angeli e Ivone Santos – I stop for photographs © e Divulgação (VA/camps/teleférico/rhyno)

Capa: Photo by sutirta budiman on Unsplash