Em entrevista, campeão do UFC diz ao PPOW que sonha em disputar as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro
O lutador de MMA (Mixed Martial Arts) e campeão da categoria peso pesado (até 120 kg) do UFC, Junior “Cigano” dos Santos concedeu entrevista coletiva num encontro com jornalistas realizado em uma loja da Pretorian, patrocinadora dele, em São Paulo. Ao lado de seu treinador de boxe, Luiz Dórea, Cigano, bem descontraído, atencioso e ainda “perdido” com a fama repentina, fez uma revelação de impacto ao afirmar que pretende disputar as Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016.
“Quanto mais objetivos você alcança, maiores ficam os seus sonhos. Quero me testar no boxe. Amo o boxe. Treino muito. É uma luta diferente, porque precisa de muita inteligência, estratégia e velocidade. Quero testar, mas o principal objetivo no momento é manter o cinturão do UFC.” Ao lado do pupilo, o técnico Luiz Dórea confia nas “habilidades fantásticas” de Cigano e diz que tem um sonho: “Quero que ele represente o Brasil e brigue por uma medalha olímpica em uma categoria que o país sempre foi carente”.
Na entrevista, Cigano afirmou também que não estava 100% na luta que lhe valeu o cinturão do UFC, contra Cain Velasquez, ocorrida no dia 13 deste mês. Segundo ele, uma lesão no menisco semanas antes quase o tiraram do combate “Foi meio frustante receber o diagnóstico, mas tive o apoio dos meus médicos lá em Salvador, e eles me disseram que tinha como me recuperar, e eu que queria muito. É como aquilo de você nadar, nadar, e morrer na praia, e eu não queria”, afirmou.
Apesar da notícia da contusão no joelho não ter vindo a público, ainda mais para não dar armas para seu adversário, Cigano acredita que Velasquez sabia do fato: “Até parece que ele sabia da lesão, porque ele ficou chutando a minha perna. Mas tudo saiu bem, graças a Deus. Não senti nenhuma dor na luta. Para mim foi o resultado perfeito”. Mesmo com a fama repentina, Cigano afimou que “ainda não caiu a ficha”. Questionado sobre o avanço do MMA no Brasil, Cigano acredita que o esporte já se tornou o segundo na preferência dos brasileiros: “Devemos muito ao Anderson Silva e caras como o Minotauro, etc, que fizeram muito sucesso fora e trouxeram tudo isso pra cá”.
Sobre o futuro, além da vontade de participar das Olimpíadas em 2016, Cigano pretende manter por muitos anos o cinturão do UFC: “Sei dos desafios de lutar na categoria mais difícil, mas vou treinar muito para isso”. E o lutador brasileiro não terá vida fácil. Dana White, proprietário do UFC, já sinalizou que seu próximo adversário saíra da luta entre o americano Brock Lesnar e o holandês Alistair Overeem. Cigano está preparado e já tem a sua preferência: “Realmente os dois são pesados e fortes, acho que vai ser uma boa luta, e é difícil prever um resultado. Eu acho que talvez dê Brock (Lesnar), porque o início de luta dele é mais perigoso”, apostou com a ressalva: “Nunca escolhi adversário”.
Confira a galeria de fotos da entrevista de Junior Cigano:
* Fotos: Gabriel Cruz