Nova imersão de Peter Jackson no universo criado por J.R.R. Tolkien é um dos melhores e mais fantásticos filmes do ano
Sabe mais ou menos aquela sensação de quando você volta de viagem para casa?
É exatamente assim que você vai se sentir quando a música composta por Howard Shore começar a tocar nos primeiros minutos de O Hobbit: Uma Jornada Inesperada (The Hobbit: An Unexpected Journey, EUA, 2012), a prequel dirigida por Peter Jackson para o universo criado por J.R.R. Tolkien.
Esse filme é a base para uma nova trilogia, que conta com A Desolação de Smaug, que estreia em dezembro de 2013, e Lá e de Volta Outra Vez, que estreia em julho de 2014. Aqui, acompanhamos o hobbit Bilbo Bolseiro (o sempre ótimo Martin Freeman) em uma jornada com um grupo de anões e o mago Gandalf (Ian McKellen) para recuperar as terras do grupo dos pequeninos, dominada por um dragão anos antes – e, claro, achar um determinado anel.
Até aí, parece um filme simples – e está bem difícil de escrever essa resenha já que, sobre todos os detalhes, O Hobbit é, sem dúvida alguma, um dos melhores filmes do ano. É divertido, tem uma ação excelente, as tramas que surgem ao longo do filme são fechadas ao término dessa primeira parte e tudo, tudo é muito legal!
Claro que isso não é um argumento, mas o que você pode dizer sobre um filme onde todos os personagens e elementos da história são apresentados e desenvolvidos na abertura do filme, ampliando esse universo a cada obstáculo da jornada e a cada novo passo que eles dão? Além disso, o que a gente pode escrever quando um filme supera as nossas expectativas e resulta num produto que é a boa e pura diversão?
Eu nunca tinha me divertido como aconteceu nas quase 3 horas de duração d’O Hobbit, e também nunca tinha imaginado que um diretor era capaz de expandir e melhorar um universo que ele havia consolidado 9 anos atrás com um espetacular encerramento em O Retorno do Rei.
Tudo é muito bem criado e desenvolvido: da parte técnica e de efeitos especiais – que, claro, avançou e cada vez ficou hiper-realista -, passando pelo roteiro, pela direção cada vez mais eficiente de Peter Jackson (ele, como ninguém, sabe como explorar o fantástico no cinema, bastando ver as tomadas áreas e as batalhas tanto de O Senhor dos Anéis como nesse filme), a trilha sonora deliciosa de Howard Shore (as músicas dos anões são ótimas!) e o elenco do filme, encabeçado por Martin Freeman como Bilbo e com companheiros de elenco excelentes, como Ian McKellen que volta a incorporar Gandalf e os novos personagens, os anões Thorin (Richard Armitage), Balin (Ken Scott), Dwalin (Graham McTavish), Bifur (William Kircher), Bofur (James Nesbitt), Bombur (Stephen Hunter), Fili (Dean O’Gorman), Kili (Aidan Turner), Oin (John Callen), Gloin (Peter Hambleton), Nori (Jed Brophy), Dori (Mark Hadlow) e Ori (Adam Brown), além da aparição de vários personagens da trilogia original, como Galadriel (Cate Blanchett), Elrond (Hugo Weaving), Saruman (Christopher Lee) e, claro, Gollum (Andy Serkis).
E é isso que torna O Hobbit um filme espetacular, já que ele explora todo um universo já consolidado e o expande de uma maneira única – e é nesse ponto que a minha pergunta inicial se torna real: estamos voltando para casa, e conhecendo coisas novas. A aventura – como o trailer já indicava – é real e bem desenvolvida, e certamente vai marcar fãs do livro ou dos filmes.
Na sessão que fui ver, a cópia exibida era em 2D – e, pelo que deu para perceber, o 3D e a versão em 48 quadros por segundo (uma nova tecnologia que permite vermos quase que de maneira real o que é exibido na tela, tradicionalmente em 24 fps) só aumenta o realismo e a imersão na história.
Então, não perca tempo: vá sim ver O Hobbit, quer você seja fã do livro, dos filmes ou um curioso que viu uma aglomeração diante de uma sala de cinema, e se prepare para ser transportado para longe.