Livro recém-adaptado para os cinemas é divertido, inteligente e explora a fragilidade da mente humana como se nunca fez antes.

Finais felizes não são uma utopia, segundo Pat Peoples. Diagnosticado com um transtorno bipolar, ele é um rígido defensor da positividade, felicidade e do bem-estar – ou é como a gente o vê depois que saiu de um hospital psiquiátrico e conta sua trajetória em um delicado momento da sua existência no livro O Lado Bom da Vida (tradução de Alexandre Raposo; Editora Intrínseca, 256 páginas, R$ 24,90).

Escrito por Matthew Quick, a história explora a fragilidade da mente humana ao acompanhar um sujeito que poderia ser nosso vizinho e sua a incrível odisseia emocional ao longo de sua recuperação e retomada da sua independência.

Pat é um ex-professor de 30 e poucos anos que acabou de sair de uma instituição psiquiátrica. Ele está convencido de que passou alguns meses no “lugar ruim” em função de um acidente do qual não se lembra. O pior é que ele está num momento que chama de “tempo separados”, imposto por sua esposa depois desse incidente.

Ele agora possui apenas dois objetivos: perder peso e reconquistar a mulher. Mas tudo o que acontece ao longo da sua história – o pai que não quer conversa, os amigos que o tratam de uma maneira estranha, uma vizinha maluca chamada Tiffany e os dramas do futebol – resulta numa reestruturação psíquica e emocional, fazendo com que ele caminhe para o possível final feliz que tanto almeja.

Recém adaptado para os cinemas, O Lado Bom da Vida sai daquele pré-conceito de ser um livro de autoajuda ou um romance água-com-açúcar, e se mostra uma obra que explora as doenças mentais com uma ótica séria, mas divertida. O transtorno bipolar de Pat é algo que atinge uma grande parcela da população mundial, e o livro não se resume apenas a trata-lo como vítima: como protagonista, Pat tem suas observações, explicações e pontos-de-vista discorridos ao longo da narrativa, colocando a doença não como um obstáculo, mas como algo tratável e possível de convivência.

Positivo em vários aspectos – uma escrita leve e saborosa, uma história realista e inteligente, personagens carismáticos e intrigantes -, o livro de Quick (que enfrentou uma crise depressiva quando ainda era professor, resolvendo esse problema ao começar a escrever livros) se difere em vários aspectos da sua adaptação cinematográfica, mas, convenhamos: o cinema e a literatura são universos completamente diferente, e, seguindo a linha do protagonista, vamos ser positivos e aproveitar essa história, que não mostra só o lado bom da vida – mostra como a vida pode ser rica se valorizarmos o que existe de pequeno em cada momento.

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