Livro retrata a trajetória de 40 anos de uma das mais reclusas banda de rock

Lançado pela editora Globo Livros, a biografia mostra a verdade por trás de uma das maiores bandas de rock do mundo. O escritor e jornalista especializado em história do rock, Mick Wall, reunião dados a partir de entrevistas que ele mesmo fez com membros da banda em diversas ocasiões, depoimentos inéditos de personagens que ajudaram a construir o mito e uma ampla pesquisa sobre tudo o que se publicou a respeito do AC/DC em seus 40 anos de carreira. O livro inclui ainda um caderno de fotos com 16 páginas.

Em novembro de 1989, quando a queda do Muro de Berlim liberou os alemães orientais para devorarem os bens de consumo do mundo capitalista, os discos de música mais procurados por eles não foram os dos Beatles, de Bob Dylan, Mozart ou Beethoven. Foram os do AC/DC.  Publicada à época pela revista Newsweek, a informação é uma das peças utilizadas pelo jornalista britânico Mick Wall para montar o quebra-cabeça que resultou em AC/DC: a biografia (preço sugerido 49,90).

Sou fã do AC/DC de longa data. A turnê do disco Ballbreaker foi inesquecível e para mim um dos melhores shows que já vi. Vasculhando meus arquivos encontrei uma raridade, o ingresso do show de 1996 – vejam só:

Entre outras curiosidades, o livro relata a confusão gerada pela escolha do nome do grupo: AC/DC, na época, era gíria para bissexual, o que levou muitos a acharem que se tratava de uma banda gay. Outro episódio dá conta de que o líder Malcolm Young, embora um guitarrista mais talentoso que o irmão, delegou os solos para o então abstêmio Angus Young simplesmente porque queria ficar livre para beber. Mais divertida ainda é a história acerca da ideia de vestir Angus com uniforme escolar: o figurino despertou o personagem do guitar hero ensandecido que domina os palcos há décadas.


A origem escocesa dos irmãos Malcolm e Angus, respectivamente o cérebro e o coração do AC/DC, é evocada para explicar até que ponto a banda age como se fosse um clã. Os laços de sangue falam mais alto – o astro Angus faz o que bem entende, e o poder absoluto está nas mãos de Malcolm, que decide quem entra e quem sai conforme seu humor. Daí as numerosas brigas e mudanças na formação do grupo, bem como as ainda mais frequentes demissões de empresários.


O autor sublinha, contudo, que os Young, apesar de difíceis, sabem reconhecer o valor dos muitos parceiros agregados ao “núcleo duro” do clã. Como aquele que talvez tenha sido o principal deles, o vocalista Bon Scott, que se definia como o “raio” que, no logotipo da banda, irrompe entre o AC e o DC. Morto em 1980, quando a banda explodia internacionalmente com os sucessos do álbum Highway to Hell, teve seu lugar assumido por Brian Johnson.

O autor
 Mick Wall, conceituado jornalista britânico especializado em música, é ex-editor da revista Classic Rock. Ele também colaborou para Mojo, The Times e outras publicações ao redor do mundo, apresentou programas na Sky TV, Radio 1 e Capital Radio, e apareceu em incontáveis documentários sobre música na BBC. Em mais de trinta anos de carreira, entrevistou as principais bandas e artistas do rock internacional. É autor de Metallica – A biografia, publicado pela Globo Livros, Led Zeppelin: quando os gigantes caminhavam sobre a Terra e de Appetite for destruction, uma coletânea de artigos.

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