Confira análise sobre o novo filme da série


Por Fábio Martiniano

Com Bryan Singer de volta a direção da série, X-Men – Dias de um futuro esquecido é o sétimo filme, e é uma continuação direta de dois filmes da saga, X-Men 3 – O Confronto Final e X-Men – Primeira classe. Mesmo que estranho, faz sentindo, já que a história acontece no futuro (pós X-Men 3) e no passado (1973, pós Primeira classe).

A direção de Bryan Singer é notável, embora pareça que tenha levado em conta o tom da direção de Matthew Vaughn que funcionou muito bem no Primeira Classe. Aqui você sente o cuidado que não foi dado no terceiro filme da primeira trilogia e que de certa forma tenta corrigir seus erros.

O filme é baseado na HQ homônima, com várias adaptações, mas a ideia central é a mesma: Para salvar mutantes e humanos de Sentinelas (robôs gigantes que detectam seus genes) em um futuro distópico, é necessário voltar ao passado para mudar um momento chave, impedir que Mística (Jennifer Lawrence) assassine Bolivar Trask (Peter Dinklage), o que será o estopim para a autorização do Projeto Sentinela. Nos quadrinhos Kitty Pride volta ao passado, mas no filme Kitty (Ellen Page) é quem tem o poder de enviar alguém ao passado, enviando então Wolverine (Hugh Jackman). Embora a escolha seja obviamente comercial, ela é bem explicada, já que um cérebro normal não sobreviveria a uma viagem tão distante, somente Logan poderia ir e regenerar-se.

A missão de Wolverine não o torna o único protagonista, os personagens são muito bem aproveitados e tem sua devida importância. Destacar a Mística em toda a divulgação não é somente pelo ótimo momento da atriz Jennifer Lawrence, mas ela tem uma importância grande na trama. Assim como Xavier (Patrick Stewart e James Macvoy) e Magneto (Ian McKellen e Michael Fassbender), mostrando toda a personalidade que conhecemos de cada personagem em seus atos.

A abertura do filme como de costume tem uma ótima cena de ação, com novos e conhecidos mutantes, e mostra muito bem a colaboração de cada mutante entre si. E repete-se durante o filme, o que é um ponto forte por ser um filme de equipe. Poucas cenas dependem de um único personagem. Nesta cena vários mutantes inéditos nos filmes foram apresentados, mas não de forma forçada como em X-Men Origens: Wolverine e X-Men 3. Todas as lutas no futuro são bem coordenadas, principalmente pelos poderes de Blink, que cria portais para si e companheiros. Se você é um dos que torce para um filme do game Portal, tá ai uma oportunidade de ver como ficaria!

No passado alguns mutantes novos são mostrados em uma cena no Vietnã, mas o destaque fica com o Mercúrio, aqui chamado somente de Peter (Evan Peters). O personagem que gerou polêmica por estar em dois filmes da Marvel, este X-Men e em Vingadores 2 (que será interpretado por Aaron Taylor-Johnson) teve uma péssima recepção dos fãs com a divulgação do filme. Peter é um alívio cômico, e é protagonista de uma das melhores e mais engraçadas cenas do filme. O personagem ainda em um momento dá a entender algo sobre sua origem, que só os fãs dos quadrinhos vão perceber. Mas no geral o tom de humor do filme é leve, somente em alguns momentos, o suficiente para não tirar o tom de gravidade que a trama leva.

 

Vou ressaltar dois pontos negativos para mim. O primeiro é o conceito do passado e o futuro coexistirem no momento que Wolverine viaja no tempo. Não faz muito sentido, nem mesmo nos quadrinhos, mas vale por todo o estado de urgência e clima que cria. Agora, outro ponto imperdoável e simplesmente ignorar uma explicação para a ressureição de Xavier e o retorno dos poderes de Magneto. Na coletiva de imprensa dada depois do filme, o próprio ator (Patrick Stewart) disse que odeia responder essa pergunta! Ele explicou somente a cena pós crédito de X-Men 3 que dá a entender que sua mente teria voltado em um outro corpo. O que não convence!

No geral o saldo é positivo, e é um dos melhores da franquia, continuando com a qualidade do ótimo Primeira Classe, e dando um ar de esperança para os próximos filmes, principalmente com a cena final.

Ah, fique até o fim dos créditos, a cena dá o gancho para o próximo filme!