Foto:Divulgação
Jorge Wilheim morreu esta sexta, dia 14, depois de dois meses de agonia, que começaram com um acidente de carro. Enfim, a partida daqui não tem hora nem explicação. A menos que seja uma escolha própria. E mesmo que a gente se entregue a médicos e hospitais de primeira, estamos todos nas mãos de Deus. Jorge era um amigo. Minha relação com ele era múltipla.
Fomos vizinhos e, por isso, sou amigo também de Joana e filhos. Ele sempre foi um defensor da pequena Rua Bocaina, sem saída, ali nos confins de Perdizes com o Pacaembu, onde está sua casa até hoje, que poderia ter perdido a característica de uma ruazinha de bairro residencial.
Fomos colegas no Conselho da Bienal, durante muitos anos. Jorge foi presidente da Bienal, e depois presidente do Conselho da Bienal, por dois mandatos, e com mão segura e o respeito de todos conseguiu fazer a instituição trafegar do passado cheio de ranços e problemas ao presente dinâmico e transparente.
E ele era presidente da Fundação Nemirovski, quando a instituição organizou a exposição da coleção de meu pai na Estação Pinacoteca, em 2010. Foi uma realização de muita qualidade para a Fundação e a Pinacoteca, e um feito memorável na vida de meu pai, que considerou a exposição como a coroação de uma vida de colecionismo.
Além disso, tínhamos a relação do jornalista com o homem público, que sempre atendeu a imprensa e sempre foi honesto e claro em suas respostas. Por ter tido funções no executivo da Prefeitura e Estado, conhecia como ninguém a legislação das duas instâncias, e por isso eu o consultei em inúmeras oportunidades, sempre sendo esclarecido com eficiência e confiabilidade.
Jorge Wilheim deixou o legado de um nome de respeito como arquiteto, urbanista, homem público. Não vai fazer falta apenas para a família.