Antonio Biondi, filho – 2002
A Ecologia como arte
Angela Leite nasceu no Rio de Janeiro, em 1950, e dedicou sua arte à ecologia desde a adolescência: uma série de gravuras sobre bichos ameaçados de extinção foi iniciada em 1968.
Jacarés, onças, gaviões, baleias e inúmeros outros animais ameaçados – brasileiros e de outros países – encontraram na artista e em suas obras uma importante aliada e incansável defensora da vida.
A atuação ecológica de Angela Leite, porém, não se limita à arte: com intensa militância em defesa do meio ambiente, foi membro-fundador e presidente da União em Defesa das Baleias, em 1980, além de escrever artigos e participar de debates e palestras em defesa dos animais ameaçados.
O modo de trabalho
Em seus mais de 30 anos de carreira, Angela Leite trabalhou sobretudo com a xilogravura, tendo realizado também diversas obras com lápis de cor e nanquim. Para ampliar o diálogo entre arte e rigor científico que marca sua obra, a artista recorre a pesquisadores e à literatura especializada, além de dedicar-se à exaustiva observação dos animais em seu habitat ou em cativeiro. A flora brasileira passou a ser tema de suas obras e estudos a partir de 1996.
Por onde já passou
Presente em mais de 200 exibições artísticas e detentora de prêmios e medalhas em salões e exposições, exibiu seus trabalhos em mostra individual na Embaixada Brasileira em Washington, em 1991, e mereceu uma sala especial no Dronninglund Kunstcenter, Dinamarca, em 1990. Angela Leite também recebeu nove premiações no circuito nacional e o Hintellmann Kunstpreis de 1997, no Museu da Coleção Zoológica de Munique, Alemanha.
No ano de 1992, a artista realizou exposição individual no Rio de Janeiro, dentro da programação de eventos paralelos à ECO-92. Ao longo de sua carreira, participou de dez mostras em defesa da ecologia. A mensagem de preservação da natureza presente em suas obras esteve também em 60 coletivas oficiais, estaduais, nacionais, e internacionais, tendo exposto em Taiwan, Munique, Nova Iorque, Caixa Ourense (Espanha) e Dinamarca. Expôs ainda em 30 coletivas em galerias e ateliêrs, além de ter realizado 18 individuais – quatro delas fora do Brasil (Washington, Costa Rica, Assunção e Dronninglund Kunstcenter). Boa parte das exposições foram enriquecidas por palestras sobre as agressões e a necessidade de preservação da nossa flora e fauna.
Recentemente, Angela Leite passou a difundir suas idéias junto às crianças e adolescentes de escolas do ensino fundamental e médio, enriquecendo a vida presente, sonhando com um melhor futuro para os bichos e para nossa gente.
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