A primeira vez é sempre difícil, ainda mais quando a proposta é escrever sobre um tema que está tão em voga nos dias de hoje. Produtos, eventos, manchetes e propagandas fazem menção à sustentabilidade, ao meio ambiente, ao “eco-isso”, ao “eco-aquilo”. São tantas as informações disponíveis e tão grande é a velocidade de sua transmissão que fica difícil escolher o tema introdutório que agradará o leitor.
O objetivo desta coluna será, portanto, mais de compartilhamento da minha vivência, com fotos, artigos, informações, novidades, pensamentos e viagens, sem a ambição de ser exaustiva nos temas propostos.
Com o receio de utilizar muitos termos técnicos ou desagradar o leitor que já é familiar ao tema, optei pelo caminho do meio. Assim, peço aos leitores que não hesitem em postar perguntas, pedir esclarecimentos, incluir comentários, de modo que eu possa aprimorar cada vez mais a coluna e passar um pouco do meu fascínio pelo o que eu julgo ser o tema e o desafio do século XXI: a sustentabilidade.
Minha trajetória começou como advogada, imersa no mundo corporativo. Em determinado momento, senti que precisava dar um sentido maior à minha vida, à minha existência e ao meu trabalho. E com isto, nasceu o sonho de trabalhar com o desenvolvimento sustentável no meio público e internacional, no grande ideal que são as Nações Unidas. Cavei a oportunidade de fazer meu mestrado fora do país em Ciências Políticas, com foco em Sustentabilidade e Mudanças Climáticas, e tive a grande sorte de morar na Amazônia, onde trabalhei para o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento – PNUD no Estado do Amazonas.
Foi lá que me deparei pela 1ª vez com grandes desafios não somente ambientais, mas também humanos, sociais, urbanos e econômicos, o já conhecido “tripé” da sustentabilidade: ambiental, social e econômico. Um novo mundo se abriu. Conheci pessoas maravilhosas, vivi, senti, chorei, amei: os seres humanos que ali vivem e sobrevivem, a fauna, a flora, aquela floresta imponente e grandiosa. Senti-me pequena e impotente diante de tal magnitude e desconhecimento. Isto foi em 2005.
Alguns anos se passaram, passei por outras organizações públicas e não governamentais e, hoje, fico feliz em notar que o tema da sustentabilidade já não é considerado mais assunto de pessoas “excêntricas” do mundo “ponto.org”. Tornou-se realidade dos governos, da sociedade civil, da academia, dos seres humanos e, finalmente, do setor privado. Tornou-se uma questão de sobrevivência da nossa raça humana no mundo como ele é conhecido hoje e uma questão de competitividade para as empresas rumo a uma nova era, a uma economia de baixo carbono, a novos hábitos de consumo – mais conscientes -, a um novo estado de espírito: mais simples, mais responsável, mais sustentável.
Apenas na 1ª quinzena de novembro, posso citar dois importantes marcos e eventos para o setor privado brasileiro.
O primeiro foi o Seminário Internacional “Desafios Empresariais para a Economia de Baixo Carbono” no dia 9 de novembro, no hotel Unique, promovido pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV no âmbito de seu programa “Empresas pelo Clima-EPC”. Saibam mais acessando http://www.ces.fgvsp.br/ e conferindo o estudo “Propostas Empresarias de Políticas Públicas para uma Economia de Baixo Carbono no Brasil – Energia, Transportes e Agropecuária” (http://intranet.gvces.com.br/cms/arquivos/recomendacoes_epc.pdf) .
O segundo foi o Lançamento do Guia Exame de Sustentabilidade 2010 que traz não somente matérias sobre sustentabilidade empresarial e políticas públicas, mas também o ranking das 20 empresas-modelo em responsabilidade social corporativa no Brasil, tendo no topo da lista deste ano a ALCOA.