Como nutrir, além do físico, nossos corpos sutis

Se desejamos de fato obter equilíbrio, paz e saúde, precisamos, como os antigos orientais, entender que o homem não é feito somente deste corpo físico, visível e palpável, mas de um conjunto de corpos ou revestimentos que auxiliam o Eu Divino a se expressar no mundo manifestado. Para cada corpo do homem é necessário um alimento específico e uma forma para absorvê-lo.

Assim, para o revestimento físico, são necessários alimentos físicos ricos em nutrientes vitais, capazes não só de aumentar a robustez física do corpo, mas de manter nele as qualidades espirituais apropriadas, de modo que com o purificador do corpo físico os outros corpos possam ser depurados e desabrochados para expressar uma melodia que tanto mais harmônica é quanto mais sutis forem as partículas que compõem a vibração de seus alimentos.

Um indivíduo cuja consciência está pouco desenvolvida espiritualmente não pode perceber a diferença entre digerir alimentos mais grosseiros ou mais sutis, pois seu organismo ainda não está refinado, de modo que aquele que já o refinou ou está refinando seu revestimento corpóreo percebe que quando uma partícula de origem animal é ingerida há um desequilíbrio vibracional que ocorre tanto no nível físico quanto no astral. Como o homem não possui unicamente um corpo físico, mas também outros corpos mais sutis, sedes das suas funções psíquicas e espirituais (corpo etéreo, astral, mental, causal, budico e atmico), ele vê-se perante a questão de saber como nutrí-los, já que devido à sua ignorância muitas vezes eles não são devidamente alimentados.

A questão da alimentação é muito vasta, pois não está limitada unicamente à comida ou bebidas que ingerimos durante as refeições. Alimentamo-nos também de sons, perfumes, cores, sentimentos, pensamentos, oração, meditação…

O corpo etéreo precisa ser alimentado com Prana (energia vital). Assim como o ar aviva a chama – para ativar o fogo é necessário soprar –, eis a necessidade da respiração para nutrir o corpo etéreo. As respirações profundas durante as refeições produzem uma melhor combustão, e esta permite ao corpo etéreo retirar dos alimentos sólidos partículas mais sutis, as quais estão ligadas aos alimentos vivos, ricos em Prana, que emanam pela vibração seu perfume.

O corpo astral alimenta-se de sentimentos, de emoções e, por conseguinte, de elementos que são constituídos por uma matéria mais fina do que as partículas etéreas. Se nos detivermos durante alguns instantes com amor sobre os alimentos, preparamos o corpo astral para extrair deles partículas etéreas. Quando o corpo astral tiver absorvido esses elementos terá todas as possibilidades de suscitar sentimentos de uma ordem extremamente elevada: o amor pelo mundo inteiro, a sensação de ser feliz, de estar em Paz e de viver em harmonia com a natureza.

Nutrimos também o corpo astral quando um sentimento profundo de benevolência nos invade em relação aos nossos irmãos menos favorecidos, quando dispensamos um sentimento de generosidade para com todo o reino vegetal que nos serve de alimento.

Para alimentar o corpo mental, devemos concentrar-nos sob todos os aspectos: qual a origem do alimento; o que contém; quais as qualidades que lhes correspondem, que entidades se ocuparam deles. Estando o seu espírito absorvido nestas reflexões, ele retira da comida elementos superiores aos elementos do plano astral. Daí nascem para ele clareza e uma penetração profunda da vida e do mundo, reconhecendo que todos os alimentos representam uma manifestação da Divindade.

O corpo mental também deve ser alimentado com a pureza de pensamento, através de reflexões, mantras e formas de pensamentos elevados. Os corpos Causal, Budico e Atmico, sedes da razão, da alma e do espírito, são alimentados quando nos deixamos penetrar por um sentimento de gratidão para o Criador. A oração, a meditação, a contemplação, o silêncio interior são também uma alimentação, a melhor, a mais sublime, pois através deles experimentamos o alimento celeste, o elixir da longa vida.

Sabemos que nenhum destes corpos poderá ter um alto grau de nutrição enquanto estivermos alimentando o corpo físico com partículas tão densas a ponto de exacerbar na personalidade desejos e paixões. Os alimentos que têm grande quantidade de finíssima energia sutil são os alimentos Sattvicos – que são puros e mantêm o complexo corpo-mente-espírito equilibrado, harmonioso e em paz. Estes alimentos ativam o discernimento, a sensibilidade, as faculdades superiores, e favorecem a meditação, geram leveza, bem estar e felicidade. De fácil digestão, seu consumo não resulta na acumulação de toxinas no sistema. São alimentos que aumentam nossos campos de energia sutil e mantêm em equilíbrio nossos centros psíquicos. Estão entre eles os alimentos frescos, incluindo as frutas, verduras, folhas verdes, vegetais e raízes, cereais integrais, lentilhas, feijões germinados, grãos, nozes, castanhas, sementes, mel, leite fresco e iogurte natural, brotos e água natural.

Fonte: Mikhael Aivanhov Omraam, O Yoga da Alimentação, ed. Prosveta

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