Brasileiro começa a temporada como piloto oficial da Audi em corridas de longa duração
Contratado como piloto de fábrica da Audi Motorsport para seu programa de protótipos na temporada de 2013, o brasileiro Lucas Di Grassi tem na próxima semana seu primeiro desafio junto de sua nova equipe e na nova fase de sua carreira: ele disputa as 12 Horas de Sebring, na Flórida, formando trio com o dinamarquês Tom Kristensen e com o escocês Allan McNish. Ainda este ano, junto do espanhol Marc Genè e do britânico Oliver Jarvis, Di Grassi compete as 6 Horas de Spa Francorchamps, na Bélgica, e o maior desafio de sua carreira: buscar a vitória nas tradicionais 24 Horas de Le Mans, a corrida mais desafiadora do automobilismo mundial. Ambas são válidas pelo Campeonato Mundial de Endurance (FIA WEC).
No Brasil, se preparando para embarcar aos Estados Unidos, Lucas participou de uma entrevista coletiva ao lado do presidente da Audi Brasil, Leandro Radomile, e do gerente de marketing da marca, Jonas Calson, no início da tarde desta quarta-feira (6) em São Paulo. Aos mais de 100 jornalistas presentes, Radomile, Calson e Di Grassi falaram da importância da parceria e do Campeonato Mundial de Endurance para a Audi no país e para o desenvolvimento dos automóveis de rua da marca.
“O Brasil tinha uma tradição muito grande, anos atrás, com corridas de Endurance, mas nos últimos 20 anos as provas de longa duração não têm sido as mais divulgadas no país, e por isso perdemos um pouco o contato com este tipo de categoria. A Audi tem uma longa tradição nestas provas, com seu envolvimento e investimento que vem desde 1998 e nas 11 vitórias que a marca conquistou em Le Mans”, destaca Radomile.
Calson lembra da tradição da marca pelas categorias nas quais passou – e sempre fez sucesso. “A Audi se baseia em três pilares: sofisticação, progressividade e esportividade. A parte esportiva é muito importante para a Audi, e fazemos esporte a motor há mais de 30 anos, quando em 1981 introduzimos o Audi quattro no Mundial de Rali e ganhamos tudo o que havia para ganhar; nos anos 90 passamos para as categorias de turismo com os A4 e no final dos anos 90 passamos para as corridas de Endurance. Atualmente mantemos também os programas de Customer Racing com os R8 RS e também com o envolvimento que já temos há muito tempo com o DTM, e todas elas são muito importantes para a marca”, apontou.
“Do ponto de vista do marketing, sempre tivemos dificuldades em trazer as novidades destas categorias para o mercado brasileiro pelo fato de não haver nenhum piloto daqui andando nestes campeonatos. Neste ponto, a contratação do Lucas foi realmente um sonho; ainda mais em uma categoria tão importante como o WEC, e isso para nós é sensacional, porque a Audi faz o Mundial para mostrar toda a sua tecnologia de construção, de leveza, de trabalhar com motores de baixo consumo e outras inovações que levamos ao Mundial de Endurance. São novidades que a curto e médio prazo chegam aos carros de rua que os clientes andarão futuramente”, explicou.
Lucas, de 28 anos e larga experiência nas categorias top do automobilismo mundial, demonstrou empolgação com o novo desafio à frente. “A Audi me ofereceu um contrato muito melhor do que qualquer outro que já tive na Fórmula 1. Era algo que não tinha como dizer não e por isso estou me entregando 100% a esta nova fase da minha carreira com as corridas de longa duração”, afirmou o piloto, que disputou pela Audi, no ano passado, as 6 Horas de São Paulo. O terceiro lugar na corrida garantiu o contrato com o time para esta temporada.
“Para mim, agora, disputar no melhor nível com a melhor equipe e na melhor categoria dentro do WEC é um sonho. Sempre que me reúno com eles ou faço qualquer outra atividade com o time eu me sinto mais integrado e sobretudo tenho me identificado mais e mais com a marca, com o programa. Estou extremamente impressionado com o profissionalismo da Audi – já trabalhei com outras fabricantes no passado, mas não no mesmo nível – e com o investimento em tecnologia que eles fazem para disputar este mundial”, apontou.
Di Grassi demonstra empolgação pela oportunidade que tem nesta temporada e sobretudo com a possibilidade de escrever seu nome na história como o primeiro piloto brasileiro a vencer as 24 Horas de Le Mans na categoria mais rápida da prova, a LMP1. Lucas, que é um dos únicos brasileiros a vencer o GP de Macau (uma espécie de Mundial da Fórmula 3) – além dele, somente Ayrton Senna e Maurício Gugelmin ganharam a prova -, pode ser o primeiro no topo do pódio em La Sarthe.
“De repente, escrever meu nome na história ao ser o primeiro brasileiro a vencer em Le Mans vai ser a coisa mais importante do que qualquer outra que já conquistei até agora”, concluiu o brasileiro, que viaja no fim de semana para a Flórida. As 12 Horas de Sebring acontecem no dia 16 de março.