Fui jantar ontem à noite no La Paillote, que saiu do Ipiranga e está na Melo Alves. Para meu imenso espanto, a mudança foi há dois anos. Eu só tinha reparado há umas duas semanas. Combinei de jantar lá com o Paulo Mortari e o Helinho Pires. Os dois chegaram antes de mim. No restaurante inteiro, só nós três. Até aí, tudo bem, porque aproveitamos para colocar todos os assuntos possíveis em dia, sem a preocupação que a conversa pudesse ser ouvida ou decodificada. Demos muita risada, gritos de espanto, falamos mal dos outros, foi uma delícia. A casa está na terceira geração de donos. Quem manda agora é uma neta do fundador francês, que manteve os clássicos do cardápio. Comemos o camarão à provençal, perfeito como sempre, e um camarão gratinado que estava muito bom. A famosa marjolaine de sobremesa. Deliciosa. É comida fora de moda, porque cheia de calorias, a gente come com culpa, mas tudo bem. A decoração também é demodée, querendo manter o clima do restaurante antigo, sem conseguir. Mas nos preços é que estava o segredo daquela desolação. Na porção vinham apenas três camarões, apesar de bem grandes. E o preço: R$ 50,00 reais por unidade de camarão. Moral da história, o Le Jazz, e o Domenico, que é novo e ainda não conheço, do outro lado da rua, pululavam de gente.
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Cesar Giobbi
Cesar Giobbi é jornalista desde 1972. Atualmente é colunista cultural do Jornal da Gazeta, da TV Gazeta, e assina seu blog. Continua colaborando, eventualmente, com revistas nacionais. Na imprensa escrita, manteve por 14 anos a coluna Persona, no Estadão. Antes disso, ficou 18 anos no Jornal da Tarde, onde foi de foca a editor, pauteiro, chefe de reportagem e reporter especial da Variedades. Trabalhou nos jornais Gazeta Mercantil, Brasil Econômico e Metro. E manteve uma coluna mensal nas revistas Transbrasil, e RG, então da Vogue. Na internet manteve por cinco anos um site de notícias com seu nome. No rádio, teve programas na Eldorado e Bandeirantes. Na TV, teve programas na TV Cultura e no Canal Rural. E participou por mais de dez anos, como cronista de cultura, no Programa Amaury Jr, em várias emissoras. Cesar Giobbi é diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), membro do conselho da Fundação Bienal de São Paulo, do Instituto de Arte Contemporânea (IAC), e das organizações sociais Poiesis e Diversa. É membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte desde 1973. É diretor do Instituto Pró Queimados, desde sua fundação em 1997.