A ideia de ir para o Canadá em pleno outono de 2021 era conhecer as cidades mais francesas da região leste do Canada e sair um pouco do roteiro EUA. O Canadá a princípio me parecia uma versão mais europeia dos EUA mas após esta viagem descobri que é um país com personalidade própria e charme único. Se você nunca foi ao Canadá não deixe de incluir na sua lista.
Quebec
Chegamos a Quebec em avião por Toronto. Decidimos ir em Novembro, um pouco antes das primeiras nevadas para poder aproveitar a cidade ainda em toda sua beleza do Outono e foi perfeito. Todas as árvores de Maple estavam com as folhas laranjas e o ambiente de Natal e inverno já era notável em todas as ruas.
Se você decidir ir nesta época, vá preparado para encontrar temperaturas que podem variar de 15ºC a -15ºC de um dia para o outro e ventos fortes, principalmente perto da água. Tivemos sorte de não pegar nenhum dia abaixo de zero, mas um bom casaco, gorro e luvas são essenciais para poder passear. Aliás, casaco é algo que você pode comprar lá. O Canadá possui algumas marcas nacionais espetaculares como Canada Goose, Patagonia e Lululemon.
Nossa estadia foi planejada para que não fosse necessário pegar carro para visitar o centro. Escolhemos o Hotel 71, na Rue Saint-Pierre, considerada uma das mais bonitas de Quebec. O Hotel 71 é um hotel boutique muito charmoso com quartos modernos e bem decorados.
O que você precisa saber sobre Quebec antes de bookar sua viagem:
É possível chegar em Quebec facilmente de avião ou de trem. A cidade é bem plana e fácil de ser visitada em poucos dias. Você não vai encontrar shopping centers ou restaurantes de rede no centro de Quebec, ao contrário, aqui reinam os restaurantes e bistrôs pequenos e as charmosas boutiques e galerias de arte. De fato nem parece que estamos na America em alguns momentos.
Quebec City é a capital da província de Quebec. É uma das cidades mais antigas da America do Norte e é parte do Patrimônio Mundial da UNESCO. A cidade tem esse nome pois os povos indígenas que lá moravam antes dos franceses (Alongonquian) chamavam a area de Kebec traduzido, onde o rio fica mais estreito, por causa do rio do St Lawrence e o formato´ˆ
Quebec foi colonizada por franceses no século 16 e é a única cidade fortificada ao norte do México. e até hoje a lingua oficial é o francês (apesar do sotaque ser muito diferente da França) mas em todo lugar as pessoas falam em inglês se necessário.
Quebec:
No primeiro dia aproveitamos o sol e caminhamos extensivamente pelo centro histórico subindo até o passeio pelo Quartier du Petit Champlain um dos bairros mais antigos da America do Norte. Ruas de paralelepipedos e predios com arquitetura que lembra a França e Holanda com igrejas e predios de pedras e janelas coloridas. Um passeio lindo demais. Aproveitamos para provar vários doces e licores feitos com Maple Syrup e caminhar próximo ao maravilhosos Hotel Frontenac, um dos hoteis mais icônicos do mundo. Na frente tem um longo calçadão de madeira chamado Dufferin Terrace com vistas incríveis do rio St Lawrence e do topo dos prédios antigos do Petit Champlain. É possível subir até a chamada Cidade alta em funicular mas preferimos fazer o passeio a pé já que a subida não é tão dificil. Quando neva funciona um tobogã de gelo neste local que atinge velocidades de até 70km/h. A caminhada pelo Dufferin Terrace leva até a muralha da Citadelle.
No segundo dia decidimos caminhar do porto até as Citadelle e voltar pelas ruas da cidade alta. Nesta área é possível se hospedar por um preço mais acessível e almoçar em diversos restaurantes de todas as origens. Também existem mais lojas e comércios mas é difícil encontrar aquelas marcas conhecidas e redes de restaurantes famosos. Quebec preza pelo nacionalismo e incentivo ao pequeno negócio. Achamos isso maravilhoso, entrar em restaurantes desconhecidos e passear em lojas sem marcas aparentes. Realmente muito diferente dos EUA onde tudo é mais pasteurizado.
No último dia resolvemos visitar a catarata Montmorency Falls de carro (13 km de distância do centro de Quebec). O dia estava meio nublado e chuvoso e o passeio acabou não sendo muito agradável, mas provavelmente num dia de sol a experiencia deve ser muito mais proveitosa. A Montmorency Falls é mais alta que Niagara Falls e realmente impressiona pelo volume de água. Chegamos por baixo e subimos a pé pela escadaria com quase 500 degraus. Uma escalada da qual me arrependo até hoje, pois a água da cachoeira nos castigou o tempo todo e saímos encharcados e com frio de lá. Apesar disso, o parque e o circuito panorâmico no topo valem muito a pena.
Montreal
Pegamos o trem proximo ao centro de quebec já com os primeiros flocos de neve caindo. A passagem custa aproximadamente 120 dólares canadenses e dura 3 horas e meia. Em Montreal nos hospedamos também no centro próximo à basílica de Notre Dame. Para visitar a basílica é preciso pagar entrada ou tour privado.
Montreal é conhecida pela variedade e qualidade de restaurantes, dizem que tem mais restaurantes em Montreal que em Manhatan. Alguns dos pratos típicos incluem Poutine (batatas fritas com muitas coberturas) e carnes defumadas. Tomamos brunch num café pequeno especializado em Bagels e saímos para caminhar pelo centro. Ainda não estava nevando, mas a cidade já estava se preparando para a neve que cairia no final da semana. Pistas de patinação estavam sendo preparadas e caminhões com sal a postos e muitas lojinhas de enfeites natalinos. A cidade em si não nos atraiu muito e acabamos ficando somente uma noite pois queríamos aproveitar bem nosso último destino no Canadá.
Toronto
Capital da província de Ontario e centro financeiro do país, aqui a população fala predominantemente inglês e possui uma população muito variada já que é um dos destinos mais procurados por imigrantes, tornando a cidade uma mistura de culturas e sabores.
Em Toronto escolhemos um hotel com vista panorâmica do lago Ontário e ao longe dos EUA.
Toronto é famosa pela vida subterrânea criada por túneis e conexões aéreas entre os prédios e shopping centers. No inverno neva bastante e a temperatura normal é abaixo de zero e já foram registradas temperaturas de – 30C, por isso a cidade adaptou os prédios e criou comunicações para que as pessoas possam evitar caminhar ao ar livre quando faz muito frio. Próximo ao lago realmente o vento é gelado e sem sol quase impossível de suportar então aproveitamos muito os túneis quando anoitecia. Aqui você vai encontrar lojas e restaurantes tipicamente americanos. Eu quis conhecer as marcas canadenses de roupa no maior shopping de Montreal (Eaton Center) e me apaixonei pelas marcas Aritzia, Kotn e Mackage.
A cidade ama Hockey no gelo e os fãs do Maple Leafs estão por toda parte. Se puder vá assistir a um jogo na Scotiabank Arena e divirta-se com a violência e velocidade do jogo.
Uma coisa que eu gosto muito de fazer nas cidades que visito é conhecer o mercado principal e comer algo típico. Em Toronto o St Lawrence Market não decepciona. Aberto de terça a sábado você vai encontrar tudo de Maple Syrup além de queijos, frios, aulas de culinária e tours variados.
No segundo dia aproveitamos o sol e fomos de carro até Niagara Falls, com uma breve parada de 3 horas no Outlet como bons brasileiros 😉
De Tornonto até Niagara são 130km rodeando o Lago Ontário. Chegando lá pelo lado canadense é possível estacionar na rua sem problemas e passear ao longo do parque que tem vista do lado oposto das cataratas que é o mais bonito, mas é possível cruzar através da Rainbow Bridge para o lado Americano mas é necessário ter o passaporte e visto em dia.
O passeio é imperdível e apesar de já ter conhecido muitas cataratas na vida, as cataratas do Niagara me deixaram muito impressionada pela beleza e tamanho.
No último dia em Toronto passeamos pelo Harbour Front rodeando o lago e proximo à torre CN Tower, pelo centro histórico até o Old City Hall. Não subimos na CN Tower pois o tempo era curto, mas vale a pena, principalmente a noite quando a cidade se ilumina.
A viagem ao Canada não decepcionou e nos deixou com vontade de conhecer mais. Canadá não é uma copia dos EUA apesar da proximidade. Próximo destino será Vancouver!