Um brinde com Hubert de Billy e seus encantadores Champagnes

O negócio começou na comuna de Aÿ e logo após uma grande expansão no século XIX, a Maison mudou-se para Epernay, onde fica situada sua sede até hoje. Epernay é a segunda maior cidade da grande região vinícola de Champagne, logo atrás de Reims. Os champagnes da casa são produzidos com as castas tradicionais e autorizadas para a produção do Champagne. Toda a fruta, Chardonnay, Pinot Noir e Pinot Meunier, provêem das propriedades da família, num total 86 hectares, e é complementada com uvas compradas de fornecedores com quem têm contrato de longo prazo com a família.

Fachada da Masion Pol Roger em Epernay

As caves profundas tem condições ideais para um envelhecimento prolongado e contribuem para a famosa mousse de borbulhas dos vinhos da Pol Roger. Os Champagnes da casa estão entre os mais estruturados e elegantes de toda a região. O marco de todos os espumantes da casa é sua enorme substância e seu alto potencial de envelhecimento.

Sir Winston Churchill, fonte de Inspiração da Maison Pol Roger

A gama de vinhos inclui o Brut Reserve Non-Vintage durante muitos anos conhecido, principalmente na Inglaterra como “White Foil”, o “Rich” (meio-seco), o “Pure” (Brut), o Brut Vintage, o Brut Rosé Vintage e o Brut Blanc de Blancs Vintage.

A partir de 1975 em honra a um dos maiores e mais leais devotos da casa, a família Pol Roger passou a produzir o Cuvée Sir Winston Churchill. Um cuvée de prestige par excellence que foi produzido inspirado nesse grande estadista. Estilo ajustado ao palato e ao caráter de Sir Winston Churchill: robusto e encorpado. Desde a primeira safra de 1975, foram produzidos somente em dez ocasiões, que foram consideradas dignas dessa distinção. Como dizia o grande estadista inglês em forma de piada: “Os meus gostos são simples. Facilmente me contento com o melhor!”.

A casa Pol Roger é a única casa produtora de espumantes, no caso champagnes, que faz parte da PFV, Primum Familiae Vini. A PFV é uma instituição que foi criada anos atrás para reunir um grupo de produtores de vinhos que tem como foco principal a qualidade e a troca de experiências entre os integrantes. A condição para se filiar a esse grupo, que reúne hoje 11 produtores, é que a empresa seja familiar, sem contar com o intangível, pois só grandes nomes do mundo do vinho fazem parte desse grupo dos sonhos.

Túneis da Cave Subterrânea da Masion Pol Roger

Os 10 produtores que estão ao lado da Maison Pol Roger são Hugel da Alsácia, Joseph Drouhin da Borgonha, Chateau Mouton Rothschild de Bordeaux, Chateau de Beaucastel do Rhône, Bodegas Vega Silicia da Ribera Del Duero e Miguel Torres do Penèdes, ambos da Espanha, Egon Müller do Mosel, Alemanha, Graham’s de Portugal, e Tenuta San Guido e Antinori, da Toscana, Itália. Todos os 11 integrantes dessas famílias estiverem no Brasil nos primeiros dias de novembro do ano passado, para divulgarem seus vinhos, apoiando a Childhood do Brasil.

Champagnes Pol Roger no Pupitre

Foram vários eventos fabulosos culminando com um super exclusivo evento para jornalistas e um disputadíssimo e caríssimo jantar para os abastados paulistanos, no Jockey Clube de São Paulo (R$ 2.500 por pessoa).  Na ocasião do evento para os jornalistas tive o prazer de estar com todos os produtores, onde provamos dois vinhos de cada um, um recém lançado e outro mais antigo. No placement organizado impecavelmente pelo genial Christophe Brunet, embaixador mundial da PFV, tive a felicidade de sentar à mesa ao lado de Hubert de Billy, um dos proprietários da Maison Pol Roger. Hubert é tataraneto de Pol Roger, o fundador da Maison.

O encontro foi tão especial que Hubert logo após saber que eu estava indo de férias com a família para a França, fez questão de que eu visitasse a Pol Roger, para entender um pouco mais dessa empresa familiar, que produz talvez os mais especiais Champagnes em cada faixa de mercado.  Pois bem, foi isso que aconteceu.

Vista Aérea do Vinhedo Baulne en Brie ao sul de Dormans

Carro chefe da Pol Roger, a Brut ReÌ serve

Cravamos no final de nossa estada no continente europeu, visitas as regiões de Champagne e Borgonha. Em um domingo muito frio, de janeiro ultimo, estávamos lá em Epernay ao lado de Hubert de Billy, para uma linda e especial visita a Maison. Visitamos todas as instalações de produção e parte dos oito quilômetros das caves subterrâneas, onde repousam milhões de garrafas. Como a maioria das empresas lideres da região eles estavam em obras de expansão.

O processo de vinificação e armazenamento é muito novo (cerca de 5 anos) e já estava em novo projeto.  Após a visita Hubert nos conduziu para a sala oficial de degustação da Maison, onde mini bandeiras de Brasil e França estavam à mesa.  Por se tratar de um domingo e termos outros compromissos Hubert não poupou esforços e foi direto para os melhores champagnes da Casa. Primeiramente nos ofereceu o Extra Cuvée de Reserve Blanc de Blancs 1996, safra essa uma das mais importantes na região nos últimos 20 anos. Um espumante já com quase 15 anos e cheio de vida e exuberância.

Linha completa dos Champagnes Pol Roger

Luiz Gastão e Hubert de Billy com a desejada Jeroboam de Cuvée Winston Chruchill 1999

O que mais impressionou foi sua mousse e sua incrível persistência.  Após degustar essa delicia chegava a hora de provar o top de linha da casa, o disputadíssimo Cuvée Sir Winston Churchill, da também excelente safra de 1999. Tecnicamente falando a safra 1996 foi superior em todos os quesitos em relação a 1999, mas especificamente na região de Epernay tivemos também grandes vinhos na safra 1999. Ainda muito jovem em todos os sentidos, o que nos leva de imediato para um Champagne de grande longevidade.

Olfativamente é encantador com toques de frutas secas, mel, pêssegos, tons cítricos, toques florais e um final mineral. Conjunto aromático sensacional. No palato confirma tudo o que foi previamente detectado no nariz. Tem um finalzinho defumado, o que lhe concede ainda mais estilo. Um vinho para ser consumido nos próximos 15 anos, ou mais. Sir Winston Churchill ficaria orgulhoso se tivesse a honra de provar “seu” champagne 1999.

Mais dois dos mais importantes Champagnes Pol Roger degustados recentemente, em solo brasileiro precisam ser destacados. O primeiro, o Extra Cuvée de Reserve Vintage 2000, degustado exatamente com Hubert em novembro último aqui em São Paulo e o segundo, o Extra Cuvée de Reserve Brut não safrado, dias atrás.

O Vintage 2000 é sem duvida ao lado do Dom Perignon 2000, o mais espetacular Champagne Brut degustado dessa safra. Micro bolhas muito velozes, que dão brilho a uma tonalidade amarela bem clara. Absolutamente espetacular nos aromas. Fruta madura (maçãs) com nuances levemente críticas.

Luiz Gastão e Hubert de Billy degustando o Blanc de Blancs 1996 e o Cuvée Winston Chrurchill 1999

Seu final olfativo é encantador com um leve tostado e um final especiado. Cremoso em boca. Delicioso com fruta, acidez (que não é alta) e álcool (12,5º) em total harmonia, complementados por um delicioso caráter mineral. Um grande Vintage para consumo nos próximos 10 anos. Já o White Foil , ou seja o Brut Reserve, carro chefe da casa, vem se firmando como o melhor Champagne Brut non vintage ao lado da Bollinger Special Cuvée, Laurent Perreir Grand Siècle, De Sousa Cuvée des Caudalies e Krug Gran Cuvée. Um Champagne de extrema finesse com muita profundidade, vivacidade e alegria.

Todos os vinhos degustados com exceção do Blanc de Blancs 1996 estão disponíveis aqui no Brasil através da importadora Mistral, www.mistral.com.br