Confira os destaques do show no Espaço das Américas
Imagine uma noite inesquecível. Assim foi o sábado de 04 de outubro para os fãs do Dream Theater. Após quase dois anos sem pisar em território nacional, a banda se apresentou em São Paulo no Espaço das Américas com sua turnê Along For The Ride. A estrutura do espaço estava em perfeitas condições e achei que estava tudo muito bem organizado para recepcionar os metaleiros paulistanos que enfrentaram uma das noites mais frias do ano para rever os mestres do metal progressivo em quase 3 horas de pura adrenalina.
“False Awakening Suite” deu as boas vindas ao público, seguido de “The Enemy Inside” com Labrie mostrando que continua com uma voz surpreendente e o peso da guitarra de Petrucci para aquecer a pista. Era nítido que eles queriam enaltecer a bateria. Mike Mangini estava em destaque para que todos pudessem comprovar de que a banda superou, definitivamente, a saída de Portnoy. O cara mandou muito bem e excedeu minhas expetativas. A diferença de estilos é clara entre ambos – que são excelentes -, Mangini é mais rápido mas Portnoy tinha mais pegada (e é mais simpático).
“The Looking Grass” – indicada ao Grammy – anunciou que o show ia ser daqueles. John Myung sempre discreto, mas arrasando no baixo. Achei que deram pouco espaço para ele no telão. Sabemos que guitarrista quer sempre aparecer mais, mas nessa banda não dá para deixar de lado o Myung e o tecladista Jordan Rudess, que aliás é uma figura! Fora que aquela barba do Petrucci não dá, sei que estamos aqui pra falar de música, mas o que é aquilo.
Os primeiros acordes de “Trial of Tears”, do disco “Falling Into Infinity”, fez a gente viajar no tempo e foi onde comecei a ficar mais animada, pois as mais antigas estavam por vir. Essa música é muito TOP! “New Millennium” que é a primeira desse disco é outra música que adoro e não sai da minha playlist de corrida, mas essa não tocou.
Logo engataram “Enigma Machine” com o solo da bateria que surpreendeu mesmo. Eu ficava pensando da onde o Mangini e o Rudess tiraram tanta energia. A música título da turnê, “Along For The Ride” é linda, mas eu queria mesmo era peso e energia. Balada escuto em casa. “Breaking All Illusions” encerrou a primeira parte do show que seguiu com um break de 15 minutos, com uma contagem regressiva aparecendo no telão. Essa hora a pista dá aquela esvaziada e a gente conseguiu se infiltrar para ficar mais perto do palco à espera da melhor parte do show. Nesses 15 minutos além da contagem regressiva ficaram passando no telão imagens diversas e cenas de bandas covers que arrancaram boas risadas do público. Me lembrou bastante a produção dos shows do Rush. Aliás, esse último disco que leva o nome da banda, Dream Theater, me traz muitas referências do power trio canadense que mais amo na vida. Quem gosta de Dream Theater já sabia o que estava por vir e quando Petrucci entrou rasgando em “The Mirror” eu já estava triste só por saber que aqueles minutos seriam os mais valiosos da noite e já estavam passando. Foi irado!
Eles são muito profissionais, a qualidade musical é difícil de por em palavras. O som estava muito bom, bem alto, do jeito que a gente gosta e agente estava ali pertinho do palco. O melhor dos shows ao vivo é que os caras tocam bem mais rápido do que no disco, então você já pode imaginar como o crowd estava enlouquecido. Logo emendaram as melhores do “Awake”, álbum que LaBrie fez questão de lembrar que há exatos 20 anos ele havia sido lançado. Outch, ele ainda disse que muitos que estavam ali presentes nem haviam nascido. Socorro, I’m getting old! “Lie”, “Lifting Shadows Off A Dream”, “Scared” e “Space Dye Vest” do maravilhoso Kevin Moore. O clima acalmou e eles voltaram para o disco mais recente com a longa “Illumination Theory”. 22 minutos após, a regressão começou com a segunda cena: “Overture 1928” e “Strange Déjà Vu” do masterpiece “Metropolis Part 2: Scenes From a Memory”, pularam para a cena sete “The Dance of Eternity” e “Finally Free”. Para mim isso foi uma metáfora a um grito de independência que mostra uma banda fortalecida, unida e pronta para mais décadas de sucesso. Que venham muitas!
Nosso agradecimento especial à Denise Catto, Midiorama e Espaço das Américas pelo credenciamento e por transformar nossa noite mais especial ainda. Obrigada!
Confira a playlist do show.
Créditos: Fotos Edi Fortini e Lauro Capellari