Bilionário fala sobre seus novos empreendimentos e os altos e baixos nos negócios
O empresário Eike Batista, capa da ALFA de março, recebeu a equipe de reportagem em seu escritório no Rio de Janeiro, cuja sala de reunião tem vista para a Baía de Guanabara e a enseada de Botafogo. Como todo homem de negócios, Eike conta à revista que está acostumado aos altos e baixos que envolvem o mundo financeiro e enfrenta tudo com visão estratégica e muito bom humor.
Após a queda das ações de alguns dos seus negócios que acarretou na perda, em dois meses, de 11,7 bilhões de reais, o empresário não se deu por vencido. Chamou a imprensa para anunciar notícias que agiram quase que instantaneamente na valorização das ações: o início das operações da petrolífera OGX, em agosto e a intenção de criar uma montadora nacional. “Sempre querem me derrubar. Sou um atleta de médias e longas distâncias. Só peço que não me meçam no meio da corrida”.
Não é a primeira vez que os negócios de Eike enfrentam esse tipo de crise e elas se dão, muito em parte, pela desconfiança de que o seu império esteja baseado em especulações, inclusive, alguns críticos o chamam de “vendedor de sonhos” ou “bolhonário”. Ele prova o contrário. “Aquilo ali é uma mina de ouro e prata, construída por mim em 1987, a 4.000 metros de altura no Deserto do Atacama, no Chile. A gente usa isso como referência que dá pra fazer coisas que muita gente acha impossíveis”, diz. E com certa modéstia complementa. “Sorry. Competência, competência, competência e, no final, todo mundo acaba tendo de se render” (risos).
Eike, no exterior é chamado de tycoon, algo como magnata ou líder empresarial e talvez ele seja o mais informal dos pertencentes à categoria, no planeta. Um bilionário popstar, não é difícil vê-lo circulando com a namorada, Fávia Sampaio – 24 anos mais jovem – ou dos filhos Thor e Olin, frutos do seu relacionamento com Luma de Oliveira.
A exposição da sua imagem, além de proteger o valor dos seus negócios, satisfaz também à sua vaidade. Campeão de audiência Twitter, divulga seus investimentos, faz piadas e até dá conselhos aos estudantes. Num episódio muito comentado, ele despediu-se dos internautas com a mensagem: “Desculpe, mas tenho que dormir, pois a minha vida não está ganha”.
Ele não se envergonha do lucro como a maioria dos empresários, não esconde o seu engajamento na luta contra a pobreza e diz não gostar da palavra filantropia. “O Brasil tem uma taxa de imposto de 40% da riqueza criada, já é um país socialista”, afirma. O empresário indicado pela Forbes como um dos homens mais ricos do Brasil está otimista quanto a uma nova indicação – seu patrimônio deve aumentar em 5% ou 10%, e como resultado, a sua fortuna chegaria à casa dos 30 bilhões de dólares. “Até 2015, manda o Slim (referindo-se homem mais rico do mundo atualmente, o magnata mexicano Carlos Slim) limpar o retrovisor do carro dele, porque vou alcançá-lo”, promete.