…por uns dias descompromissados, ainda mais quando já se conhece quase tudo e não há a obrigatoriedade das excursões oficiais e das determinações turísticas é uma delícia! A nossa “capital civilizadora”, mesmo no inverno, tem dias ensolarados, o povo não pode ser mais simpático e tudo parece fluir gostoso e mesmo com tantas mudanças, de certa pureza que ainda se sente nas pessoas e costumes. A situação econômica é mesmo bem difícil e se nota, nas conversas veladas considerando o orgulho português, nas ofertas e liquidações e nas pessoas que nos abordam nas ruas, pedindo ajuda, o que não me lembro de ter acontecido em outras vezes que lá estive. Um importante cientista político, Viriato Soromenho-Marques questiona os porquês “Como chegamos até este beco sem saída? Como foi possível que o país se encontre hoje, ao celebrar 40 anos de democracia, numa das maiores crises existenciais de sua história?” As criticas ao presidente Cavaco Silva, que não realizou as promessas enquanto primeiro-ministro, também vêem à baila. Enfim… sabe-se que na Europa a coisa está brava, o que não impede de se usufruir do melhor.
Ficar hospedado no Bairro Alto, no hotel-butique do mesmo nome, na romântica Praça Camões que divide o bairro boêmio do elegante Chiado é perfeito, já que dali se pode sair para quase tudo e por onde circulam os bondes (sim, os bondes) 12 e 28, que rodam toda a cidade.
Caminhar pela Avenida da Liberdade, hoje com griffes internacionais de primeira linha, passear à beira do Tejo, rever Sintra, sempre encantadora, almoçar em Cascais, diante do lindo mar revolto, rever o Estoril e seus novos hotéis luxuosíssimos que nada ficam a dever a Côté D´Azur.
Fazer comprinhas na Vista Alegre, no tradicional Leitão & Irmão, que tem as pastilheiras mais lindas do mundo e entrar nas joalherias conservadoras das ruas Aurea, Augusta e da Prata. Depois sentar na Praça do Comércio, linda e ampla e a meu ver, ainda pouco aproveitada e tomar um café, sem pressa, olhando o movimento. Aliás, esse sem pressa é um luxo precioso, que temos poucas vezes, na compreensível ânsia ao conhecer um lugar novo.
Tomar um porto no Solar do Vinho do Porto e comprar preciosidades, rever o Pavilhão Chinês e se emocionar ao entrar nas magníficas igrejas lisboetas. Só para citar uma: a belíssima igreja de São Roque que homenageia os quatro jesuítas que introduziram a Ordem em Portugal: São Francisco Borja, São Luiz Gonzaga, Santo Ignácio de Loyola e São Francisco Xavier. Em tempos do jesuíta Papa Francisco, isso é muito importante.
Come-se magnificamente em Lisboa e barato, considerando a excelência de alguns restaurantes. No Bairro Alto, As Salgueirosas e o Lisboa à Noite são excelentes. Próximo à Lapa, o requintado e delicioso A Travessa, num lugar lindo que foi o antigo convento das freiras Bernardas em 1655. E o simplíssimo, mas delicioso Pinóquio na Av. da Liberdade, dica e preferência do amigo Leonardo Coutinho. O Tavares Rico mantém a tradição, mas caiu em termos de comida.
Ah, uma dica, ao invés de pegar os tradicionais ônibus de turismo, opte pelo Eco Tuk, um triciclo adaptado para carro. Como é pequeno e particular, entra em vielas e becos dependendo do entusiasmo do motorista.
No mais, o sucesso das novelas brasileiras! “Senhora do Destino, “A Guerreira” (Salve Jorge) e “Amor à Vida. Todos estão fascinados pelo “maricas” Felix.
“A nossa “capital civilizadora”, mesmo no inverno, tem dias ensolarados, o povo não pode ser mais simpático e tudo parece fluir gostoso e mesmo com tantas mudanças, de certa pureza que ainda se sente nas pessoas e costumes”
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