Obras do mestre construtivista no Museu de Arte Moderna da Bahia
O MAM-BA apresenta a partir de 16 de dezembro a exposição Rubem Valentim, que, sob curadoria de Stella Carrozzo, diretora do museu, reúne obras de diferentes fases do artista baiano que ilustram as nuances da sua prolífica e diversificada produção.
A mostra se organiza a partir de um enfoque educativo e pretende reafirmar a importância da obra de Valentim para o cenário das artes visuais brasileiras ao elaborar um recorte que faz transparecer a riqueza de técnicas e simbolismo, presentes em telas, serigrafias, esculturas e relevos expostos no Casarão Térreo e na Capela do MAM-BA.
“A iconologia afro amerindia-nordestina-brasileira está viva – tão grande quanto o Brasil – e devemos nela beber, com lucidez e grande amor”, assim definia Rubem Valentim as fontes de sua arte, que possui um sentido monumental intrínseco.
Escultor, pintor, gravador, o artista buscou a ressociabilização da arte, pertencendo ao povo e suas crenças. O artista possui formas pictóricas abstratas, representando uma linguagem plástica contemporânea, mas ligada ao sentir mágico-religioso-popular-baiano-nordestino e à simbologia construtivista, coerente com uma linguagem internacional.
“Minha linguagem plástico-visual-signográfica está ligada aos valores míticos profundos de uma cultura afro-brasileira (mestiça-animista-fetichista). Com o peso da Bahia sobre mim – a cultura vivenciada, com o sangue negro nas veias – o atavismo; com os olhos abertos para o que se faz no mundo – a contemporaneidade; criando seus signos-símbolos procuro transformar em linguagem visual o mundo encantado, mágico, provavelmente místico que flui continuamente dentro de mim”, afirmava Rubem Valentim em manifesto escrito em 1976, onde o artista expressava seus pensamentos a respeito de sua obra.
Nascido em Salvador, formou-se em Odontologia em 1922, profissão que exerceu por alguns anos, e da qual se afastou definitivamente em 1948, com o intuito de se dedicar à pintura. Autodidata, começou a pintar em meados da década de 1940 quando, ao lado de outros artistas, envolveu-se com o movimento de renovação artística da Bahia, juntamente com Mario Cravo Jr., Jenner Augusto e Lygia Sampaio.
Num contexto artístico onde o abstracionismo não era bem aceito, Rubem Valentim construiu sua trajetória praticando uma pintura não figurativa de base geométrica. Participou da Bienal de Veneza entre 1964 a 1966 e diversas vezes da Bienal de São Paulo entre 1955 a 1998, da qual recebeu o Prêmio de Aquisição em 1967 e 1973 e Sala Especial em 1998, após o seu falecimento em 1991.
:: Serviço ::
De 16 de dezembro de 2011 a 12 de fevereiro de 2012
Rubem Valentim
Museu de Arte Moderna da Bahia
Av. Contorno, s/n, Solar do Unhão, Salvador
Tel. (71) 3117-6137
Fontes : www.cultura.ba.gov.br e www.mam.ba.gov.br
Fotos: Detalhes de obras de Rubem Valentim/Reprodução