Livro das Irmãs Klink explora o continente gelado de modo educativo e divertido
É legal ouvir as crianças contando alguma coisa. Além da linguagem própria, elas possuem uma curiosidade inocente que as faz perguntar e descobrir tudo de forma impulsiva. Em uma das páginas do livro Férias na Antártica (Grão Editora, 72 páginas, R$ 42,00), escrito pelas Irmãs Klink – as gêmeas Tamara e Laura e a caçula Marininha – a foto reproduzida abaixo chama bem a atenção por dois aspectos: o primeiro, a presença dos pais (no caso, a mãe, a fotógrafa Marina Klink) nas descobertas; o outro, a surpresa e o deslumbramento das crianças diante do desconhecido.
O livro faz uma compilação de cinco expedições que elas fizeram em família. De modo delicado, divertido e repleto de informações, Férias na Antártica consegue sensibilizar pela fragilidade do continente antártico, ao mesmo tempo em que fascina pelo curioso bioma na região mais extrema no planeta.
Com essa consciência, as irmãs relatam suas experiências em meio a ilustrações e fotografias da mãe. No meio de baleias, pinguins, focas e outros animais, elas se divertem e aprendem – e o que elas aprenderam elas repassam para os jovens leitores.
O que mais me chamou a atenção foi justamente esse caráter da “inocência” na escrita. Veja esse trecho, que apresenta as várias espécies de foca:
“As focas-de-pelo são muito simpáticas, mas precisamos ter cuidado com as suas mordidas: como não escovam os dentes, sua boca é cheia de bactérias e a sua dentada, além de doer muito, pode causar infecção. Algumas pessoas podem até morrer por isso”.
O mais gostoso de aprender é descobrir as coisas a partir de experiências reais. Como um dom, a família Klink sabe como contar histórias: o pai, o navegador Amyr Klink, possui 5 livros e, como leitor experiente e “calejado de surpresas, devorador de grandes e pequenos livros, foi uma grande surpresa. A maior que já tive”.
Férias na Antártica não serve só como diário pessoal de três garotas ou como livro de ciências: mas como o mundo ainda tem muito a ser explorado e conhecido. E a melhor forma de fazer isso é sair da nossa zona de conforto e explorar o mundo, como bem destaca Tamara numa frase marcante e verdadeira:
“Muitas pessoas falam em “criar coragem”. As viagens ensinam que a coragem já está dentro da gente; o que precisamos é aprender a colocá-la para fora”.
Ao final, fica aquela sensação de conhecimento compartilhado, adoração pelo que é aprendido e uma fagulha na curiosidade não só pelo novo da Antártica – mas pelo novo que as viagens e o mundo têm a oferecer para nós.
Conheça um pouco mais das Irmãs Klink em: www.irmasklink.com.br
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