Dominique Demerville ,Chef des Caves da Maison Veuve Clicquot, vem ao Brasil para apresentar suas criações da safras 2004 e revistar outras grandes safras de seus reluzentes Champagnes
O jovem enólogo Dominique Demerville era o maitre de chais ou chef des caves da Maison Mumm, quando foi convidado pela famosa casa Veuve Clicquot para fazer parte do time liderado pelo lendário enólogo Jacques Petérs . A estratégia de Patrick deu certo, pois anos depois Jacques Petérs se aposentou e Patrick assumiu o comando como enólogo chefe de uma das mais famosas casas de Champagne. Muito simpático, atento e competente, Demerville é detalhista e aposta nos champagne elegantes, sutis e repletos de finesse. Podemos dizer que Demerville já é habitue de nosso país, pois tem nos visitado com frequência.
Essa visita ,já anunciada por PPOW antes do evento, foi sensacional. A filial da LVMH (Louis Vuitton Möet Henessy) do Brasil, que tem a gestão da marca Veuve Clicquot aqui no Brasil, organizou um evento sublime no novo restaurante Clos de Tapas para apresentar os champagnes da casa. Além dos sensacionais Yellow Label (conhecidíssimo aqui no Brasil Champagne Brut de rótulo laranja) e Demi Sec (O champagne doce de rótulo branco) foram apresentados 4 grandes champagnes.
Foram eles os Veuve Clicquot Vintage 2002 e 2004. Dois exemplares sensacionais das duas melhores safras da região de Champagne nesse novo milênio. Dois vinhos impecáveis que primam pela elegância e sutileza, mas também com força e muita personalidade. O 2002 levou leve vantagem, pois esses dois anos em garrafa a mais, fizeram a diferença, com um Champagne menos nervoso. São mesmo equivalentes e de excelente qualidade. Minhas avaliações são de 92 pontos para o 2002 e 93 pontos para o 2004.
A grande sensação do evento foram os dois La Grande Dame servidos. O La Grande Dame é o luxury cuvée da Maison Veuve Clicquot, o topo de linha dentro todos os champagnes. Essa preciosidade só é produzida em safras de excelentes para excepcionais. Cuidadosamente Demerville escolheu uma safra mais madura, o La Grande Dame 1998, para estar ao lado do lançamento, o La Grande Dame 2004.
Dois champagnes de tirar o folego, que por incrível que pareça, foram avaliados com a mesma pontuação, 94 pontos.
O La Grande Dame Brut 1998 estava sublime, com a fruta (maçãs e peras) madura muito presente, desprendendo ainda da taça um generoso volume de fermento nos aromas (pão/brioche). O conjunto do buque é estonteante. Tem um sutil hint cítrico. No palato é de corpo medio, mas com um excelente e persistente final. Sua mineralidade lhe concede ainda mais elegância. Foi degustado pela última vez em junho de 2008. Esses quase 4 anos fizeram muito bem a esse excepcional champagne. Muito consistente notando-se claramente a evolução que um grande vintage desenvolve em garrafa. Está excelente para consumo hoje e ainda possui estrutura para continuar evoluindo por mais 6/8 anos. Já o La Grande Dame Brut 2004 estava mais fino e menos potente que seu irmão mais velho, o La Grande Dame 1998. Nota-se que além da mudança de estilo do enólogo, que de maneira geral a safra 2004 foi uma safra que produziu champagnes mais elegantes, delicados e repletos de finesse. Esse é o caso desse grandíssimo exemplar. Por ser jovem demais, as frutas estão ainda em fase de evolução e transformação em garrafa. O peso dos toques de fermento também está no limite inferior. Em boca é eletrizante, com uma acidez deliciosa. Em termos de elegância é superior ao irmão mais velho. Um champagne para guarda. Quando alcançar sua maturidade estará no mesmo nível dos esplendorosos Grande Dame 1996 e 1998. Pode ser consumido ,sempre evoluindo em garrafa pelos próximos 15 anos.
Que Monsieur Demerville venha mais vezes para cá nos trazer as novidades da Viúva mais famosa do Planeta, a queridíssima Veuve Clicquot. Saúde.