Artista da Tape Art conta pra gente seus desafios e inspirações
- Qual é a sua formação e qual foi sua trajetória até se auto-afirmar uma artista da Tape Art?
Sou formada em Joalheria e Produção de Moda e em 2009 criei minha marca de acessórios.
Quando estava de mudança de Piracicaba para Campinas para levar meu atelier de design de joias para o Cambuí, veio junto uma vontade extrema de mudanças internas, novos amigos, casa nova, atelier novo. Durante a semana que eu estava decorando o atelier, minha cliente e arquiteta, Fernanda Renosto, me deu a dica da tape art. Descobri que eu tinha muita facilidade na técnica, e então resolvi passar um ano estudando tipos de fitas, cores, fornecedores, e é claro, fazendo muita arte de graça até sentir que eu estava expert no assunto, ainda inovador no Brasil.
Acredito que antes de qualquer projeto, em especial para um cliente ou projeto autoral, a identidade criativa começa dentro do artista para fora. Meu estilo minimalista, abstrato, geométrico e monocromático é quase que unânime independente de onde e com quem esteja. A partir disso, eu consigo criar outras características para cada arte. Quando se trata de uma encomenda, estudo a volumetria ideal e cada detalhe e personalidade do ambiente, capto todas as características que o cliente me passa, e a partir disso, começo a esboçar sugestões. No caso de projetos autorais, a identidade bate de frente com minha personalidade e forma de ver o mundo. Gosto de trazer temas que me deixem expressar alegria, ou então assuntos e problemas diários que me deixam triste ou revoltada. Gosto de criar um impacto, mesmo que subjetivo, a quem observa minha arte.
- Você acredita que com criatividade qualquer pessoa pode virar um artista e se beneficiar financeiramente de sua arte? Se sim, poderia dar algumas dicas de como as pessoas podem fazer isso?
Se destacar no mercado de arte não é um trabalho fácil. Criatividade é o start, mas não é tudo. É preciso marketing, conhecimento de técnicas, estratégias e fidelizar um estilo próprio e autoral. A partir daí, acredito que a identidade começa a criar forma e uma simples arte ganha estrutura e personalidade. A dica é pensar como um cliente. Saber o seu valor antes de precificar a arte é algo difícil e importante também. E é claro, ter foco, persistência e olhar profissional.
- As aplicações para a Tape Art são infinitas. Quais os projetos mais bacanas que produziu até o momento?
É muito difícil comparar. Já produzi muitas artes grandes ou pequenas, e o que elas deixam de especial dentro de mim é a experiência de ter feito e principalmente para quem. A troca de arte com a satisfação do cliente não tem preço. Todas têm uma história especial e única para mim.
- Você acredita que a parceria com a Nike impulsionou sua arte? O que é esse novo projeto com artista Flekz?
A parceria com a Nike foi um projeto único para mim. Além de envolver uma marca super respeitada, mostra que a arte não tem limites e é exatamente esse propósito que eu quis mostrar com esse projeto que tive a honra de participar.
Flekz é um artista respeitadíssimo no mundo todo. Tivemos uma troca super bacana de admiração via instagram e fui convidada para somar em duas artes que ele criou no Hutton Hotel, na cidade da música country Nashvile – Tennessee. Foi um grande projeto que levou um ano para ser pensado e finalmente executado. Foi uma experiência incrível conhecer outro País e aprender ao lado dele. No processo eu ajudei a executar duas diferentes artes e técnicas. Uma delas com 7m e a outra com aproximadamente 18m. A arte do Gustavo (Flekz) exige muita simetria e geometria. Foi um susto quando cheguei e fiquei sabendo que ele não utilizava de réguas ou fitas métricas. E com isso foi um grande aprendizado fazer parte da criação da sua arte com apenas dois itens: fitas e estilete. Utilizamos da técnica do Flekz de Tape Art com remoção da fita após aplicação de spray prata. O resultado ficou incrível!!
- Qual foi ou é o seu maior desafio na Tape Art?
Adoro novos desafios. Acredito que a arte passa por diversos processos de aprendizado e crescimento. Agora estou me preparando para um desafio de uma instalação urbana.
- Quais são suas fontes de inspiração na música, arte, design e moda?
Ultimamente me encontro em uma fase neutra. Apesar de ter paixão por música folk, tenho optado por não ouvir nada quando estou criando. Gosto do silêncio e da quietude no design. Mente limpa. Assim como as inspirações que busco na arte e moda. Minimalismo, monocromático e simplicidade.
- Como as pessoas podem adquirir sua arte?
Podem me procurar pelo meu site e minhas redes sociais. Assim batemos um papo para eu entender qual é o propósito do cliente. O estudo do que será feito é tão importante quanto a própria aplicação. Minha forma de trabalhar se resume em uma semana de troca de informações sobre o ambiente e a pessoa que deseja a arte. Solicito fotos do espaço, referências, e só então começam os esboços.
Confira uma entrevista em vídeo com a artista MArina Rodrigues, produzaida pelo canal Bar de Batom:
www.marinarodriguesdesigner.com.br