Participante da Expedição AirCross conta um pouco de sua aventura para o PPOW
Matheus Goulart Felício, mais conhecido como “Croco”, é um biólogo de 25 anos, natural de Limeira, interior de São Paulo e foi um dos dez participantes da Expedição AirCross.
Sempre muito alegre e com muita preocupação em relação ao meio ambiente, Croco é um dos criadores da Equipe Pata de Capivara, projeto eco-educacional, que promove eventos voltados a preservação\conscientização ambiental e também responsável por um programa de TV que mostra as belezas e curiosidades da nossa mãe natureza.
Toda essa sua preocupação ambiental ele levou para a expedição nos mais de 8 mil quilômetros rodados pelo Brasil e conta um pouco dessa história para o PPOW. Confira!
Como se deu esse seu segundo nome “Croco”?
Bom. Há seis anos fui realizar com a faculdade um curso de Biodiversidade do Pantanal no IPAA. Hoje base de estudantes da Faculdade do UFMS, onde em uma das escapadas da aula de botânica, eu com mais dois amigos gravamos um vídeo em que tentávamos imobilizar um pequeno jacaré. Assistindo este vídeo, Jorge e Vitor (responsáveis pelo IPAA) me apelidaram de Crocodilo Dundee que ao longo do tempo se resumiu em apenas “Croco”.
Pelo jeito você é um crocodilo que foge à regra, pois é vegetariano, conte-nos como foi passar por essa experiência tendo contato em diversas culturas com culinárias diferentes, levando em consideração seu vegetarianismo?
Desde o começo sabia que poderia enfrentar algumas dificuldades diante deste fato, porém entrei nesta expedição com um objetivo maior: levantar a bandeira do respeito a vida, seja ela qual for e também a do vegetarianismo.
Estes 30 dias foram uma experiência muito proveitosa, pois constatei que realmente muitas pessoas não conhecem ao certo esta filosofia de vida e pude mostrar para muitas delas que ser vegetariano não é ser “louco” e sim respeitar a vida. E que “ser ovolactovegetariano, como no meu caso, não é só comer mato e sim não precisar da morte dos outros para sobreviver.”, pois há uma infinidade de alimentos além da “carne”.
Por que o Passo da Lontra, MS, era o local que você mais desejava passar?
Pois tenho uma ligação de vida com aquele lugar. Foi ali onde em uma brincadeira de amigos meu trabalho nasceu, a Equipe Pata de Capivara, que hoje é um projeto eco-educacional, promovendo eventos voltados a preservação\conscientização ambiental e também responsável por um programa de TV no interior paulista mostrando as belezas e curiosidades da nossa mãe natureza.
Que outros esportes vocês tiveram a oportunidade de praticar?
Praticamos o montanhismo, que eu nunca tinha feito, no terceiro maior pico do Brasil – Pico da Bandeira; Pendulo em Cachoeira, um dos mais radicais esportes de toda expedição em minha opinião; escalada, no ponto referencia do esporte no Brasil a Serra do Cipó; Cascading, um esporte de aventura que consiste na exploração progressiva de uma cachoeira; entre outros, como ciclismo, corrida de aventura, parapente e flutuação em Bonito (MS).
Como foi a experiência com as diversas culturas nas quais vocês tiveram contato?
É difícil acreditar que o Brasil é tão repleto de etnias, a variedade de cultura é extremamente grande, pois em poucos quilômetros fomos capazes de sair de uma aldeia totalmente indígena, com danças típicas e língua própria à uma cidade onde existem desde ciganos até tocadores de gado. Pra mim foi um choque, mas um choque bom, pois em cada parada tive que me adaptar rapidamente as tradições e culturas locais em pouco espaço de tempo e assim fez me aprender muito mais sobre cada lugar que paramos.
Como foi o desempenho do carro durante o percurso e nos diferentes terrenos do roteiro, terra, lama, pedra, água, terrenos íngremes, etc.?
Para a surpresa não só minha, mas de todos os expedicionários, o carro se saiu muito bem. Rodou os 8 mil quilômetros enfrentado os mais diversos terrenos e em todos superou as expectativas. Na lama e terra passeou aguentando trancos e barrancos sem apresentar avarias. Na areia deu um show, pois além do designer do carro, os pneus mais largos deram uma grande ajuda a este novo conceito de carro a superar este obstáculo e no asfalto seu motor respondia rápido quando precisávamos ultrapassar caminhões, sempre sendo guiado pelo excelente GPS integrado que não nos deixava na mão.
Na parte de tecnologia, quais ferramentas tecnológicas o carro possui que auxiliam na sua dirigibilidade?
Acredito que o que mais chamou minha atenção foi saber que o carro esta mudando o conceito de “carro ecológico”, pois além de utilizar produtos verdes existe uma redução drástica na emissão de gases poluentes na atmosfera. E não podemos deixar de citar também seu “poderoso” GPS e um comando muito bem pensado, o CRUISER que dá ao motorista o controle literalmente na ponta dos dedos da velocidade do carro sem precisar parar para aumentar ou diminuir a velocidade de cruzeiro do veículo.
Como foi a resistência dos carros durante a expedição, suportaram bem os obstáculos naturais e necessitaram de manutenção durante os trajetos?
Por incrível que pareça, a única manutenção que tivemos que dar ao carro foi a troca de um pneu, pois mesmo a travessia de grandes poças d’água não foram capazes parar o Aircross.
Você acha que o carro corresponde a proposta dele, de ser um carro urbano, mas que pode ser utilizado como off-road também?
Acredito que sim, pois nesses 8 mil quilômetros pude tanto desfilar com ele em grandes pólos como enfiá-lo literalmente no barro e lama, sem receio algum.
O que você trouxe de maior aprendizado dessa expedição?
É saber que devo aprender muito mais, o nosso Brasil é muito grande para que um dia possamos dizer que sabemos muita coisa e sim o certo é “há muita coisa a se saber”
Qual palavra melhor define a Expedição AirCross?
Indescritível
Você pode falar um pouco sobre a “Equipe Pata de Capivara”?
Batizado como “EQUIPE PATA DE CAPIVARA”, teve sua criação como projeto educacional universitário no mês de março de 2005 pelo então aluno de Biologia Matheus Felício. Este projeto objetiva levar informações científicas sobre animais facilmente encontrados em nosso cotidiano e popularmente tidos como nocivos às crianças e adolescentes de escolas públicas e particulares no interior de São Paulo.
A “EQUIPE PATA DE CAPIVARA” trabalha desmistificando o conhecimento empírico; transmitido geralmente dos adultos para os mais jovens através da educação informal, consequentemente, as idéias pré-concebidas acerca do nosso meio ambiente, em sua maioria, refletem a opinião destas pessoas, nas quais geralmente não possuem profundo conhecimento técnico sobre as características e importância biológicas dos ecossistemas, levando a más interpretações da etologia de até algumas espécies de animais. Como método para desmistificar tais ideias erroneamente propagadas, a Equipe sai a campo para a montagem de materiais didáticos, onde o resultado de tais saídas são vídeos educacionais, quais são utilizados em palestras (eventos) quanto disponibilizados para qualquer um neste no site.
Assista a um dos programas:
E em meados de junho de 2008 que a EQUIPE PATA DE CAPIVARA conseguiu um espaço na rede de televisão da cidade de Limeira – SP – no Programa Cenário da TV Jornal de Limeira. Onde utilizando um método novo de posicionamento de Câmera (tendo o mínimo de cortes nas imagens possível) o personagem criado e interpretado por Matheus G. Felício, “Croco”, viaja o Brasil em busca de um contato diferenciado com vida natural; mostrando como a natureza realmente é para os telespectadores. Hoje a Equipe desempenha um importante papel na conscientização da preservação ambiental, re-educando e informando, sem nenhum tipo de sensacionalismo, proporciona um contato seguro entre os telespectadores e nossa “Mãe” natureza.
Fotos: Reprodução/Site Expedição AirCross
Colaboração: Flávio Terceiro