Mostra com 171 obras de 82 gravadores estrangeiros do século XV ao XVIII
Desde o século XIX, que um conjunto tão abrangente de gravuras da coleção da Fundação Biblioteca Nacional não é mostrado ao público no Brasil. A exposição “Mestres da gravura na coleção da Fundação Biblioteca Nacional”, ocupa cerca de 700m2 do Centro Cultural Correios e reúne 171 obras de 82 gravadores estrangeiros, do século XV ao XVIII. Com a curadoria de Fernanda Terra, as gravuras são apresentadas por ordem cronológica de nascimento dos gravadores e por coleção: alemã, holandesa, italiana, francesa, flamenga, inglesa, espanhola e portuguesa. As técnicas predominantes são a xilogravura (prancha de madeira) e talho-doce (prancha de metal).
São 30 gravuras da coleção alemã, 27 holandesa, 35 italiana, 26 francesa, 14 flamenga, oito inglesa, 18 espanhola e 13 portuguesa. Foi necessário restaurar 27 gravuras fundamentais para este panorama e todas as 171 peças passaram por processo de limpeza. A importância histórica do gravador e da gravura foi o critério curatorial, que destacou os artistas de maior expressão de cada país, e presentes na exposição com maior número de obras. Entre os destaques, Albrecht Dürer (Alemanha), Harmenszoon van Rijn Rembrandt (Holanda), Giovanni Battista Piranesi (Itália), Jacques Callot (França), William Hogarth (Inglaterra) e Francisco José de Goya y Lucientes (Espanha).
A mostra reúne gravuras originais, isto é, composições inéditas, criadas, gravadas e impressas por um mesmo artista, ou sob sua supervisão, e gravuras de reprodução, em que um gravador parte de uma composição de outro artista, seja pintura, escultura, afresco, iluminuras, com o objetivo de divulgar a obra daquele criador e fazer circular a imagem. São cinco os procedimentos da gravura em talho-doce: a buril, a ponta-seca e a água-forte, herdados dos ourives e armeiros medievais; a água-tinta e a mezzotinta [maneira-negra], procedimentos inventados especificamente para a construção de matrizes reticuladas por processos manuais e mecânicos.
As gravuras pertencem à Real Biblioteca de Portugal, trazida para o Brasil em 1810, dando origem à Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro que conta, atualmente, com um acervo tem cerca de 30 mil gravuras e é considerada pela UNESCO uma das dez maiores do mundo e a maior da América Latina. A Livraria Real – como era chamada até o século XVIII – foi destruída por um incêndio, que se seguiu ao terremoto de Lisboa, em 1º de novembro de 1755. O rei de Portugal, D. José I, pediu ao seu principal ministro, o futuro Marquês de Pombal, que reconstituísse o acervo, o que foi feito, recorrendo-se até a compra de coleções de livros e gravuras no exterior.
Gravadores:
Alemanha: Albrecht Durër, Martin Schongauer, Israel van Meckenen, Lucas Cranach, Hans Sebald Beham, Martin Treu, Georg Pencz, Heinrich Aldegrever e Virgil Solis;
Holanda: Harmenszoon van Rijn Rembrandt, Luca van Leyden, Cornelis Cort, Hendrik Goltzius, Zacharias Dolendo, Jan Müller, Jacob Matham, Jan Saenredam, Nicolas Ennes Visscher e Willem Jacobsz Delff;
Itália: Giambattista Piranesi, Andrea Mantegna, Benedetto Montagna, Agostino dei Musi – O Veneziano, Marco Antonio Raimondi, Giovanni Battista Ghisi – O Mantuano, Marcos Dente, Jacopo de Barbari, dito Mestre do Caduceu, Mestre do Dado, Adamo Ghisi, Enea Vico, Lodovico Carracci, Agostino Carracci, Annibale Carracci, Francesco Brizzi, Guido Reni, Stefano della Bella, Giovanni Benedetto Castiglioni, Salvatore Rosa, Francesco Bartolozzi e Giovanni Volpato;
França: Jacques Callot, Noel Garnier, François Perrier, Claude Mellan, Egidio Rousselet, Gérard Audran, Étienne Picart, dito o Romano, Gerard Edelinck, Petrus Devret, Charles Dupuis e Henri Simon Thomassin;
Flandres: Jacob Van Den Bos, Jan Sadeler Senior, Raphael Sadeler Senior, Cornelis Galle Senior, gidius Sadeler, Raphael Sadeler, o Jovem, Cornelis Schut Senior – o Velho, Anton van Dyck,Peeter de Jode Junior e Paulus Pontius;
Inglaterra: William Hogarth, Benjamin Smith, Peter Simon, Charles Gauthier Playter, John Ogborne, Samuel Middiman e Robert Thew;
Espanha: Goya, José de Ribera, Juan Barnabé Palomino, Manuel Salvador Carmona, Fernando Selma, Francisco Muntaner, Joaquín Ballester e Joaquín
Portugal: Vieira Lusitano [Francisco Vieira de Matos], Joaquim Manuel da Rocha, Antonio Joaquim Padrão, Manuel da Silva Godinho, Gregorio Francisco de Queiroz e João Caetano Rivara.
:: Serviço ::
Exposição “Mestres da Gravura na Coleção da Biblioteca Nacional”
Período: de 28 de julho a 18 de setembro de 2011 – ter. a dom. das 12h às 19h – GRÁTIS
Local: Centro Cultural Correios
Endereço: Rua Visconde de Itaboraí, 20 – Centro do Rio de Janeiro-RJ
Telefones: (21) 2253-1580 (Recepção)
Curadoria: Fernanda Terra