Não fomos atropelados em qualquer copa, …não, não, não, foi na copa das copas!
Sem chororô, ainda nos restam 12 super estádios padrão Fifa (tá certo que tem umas coisinhas provisórias a serem desmontadas), o que mais o país do futebol poderia querer? Fora o legado nunca antes visto nesse país. Tantos aeroportos, metrôs e estradas que não dá nem pra contar. Outro país, estamos nas nuvens. Aqueles pessimitas anti-pátria que não queriam a copa, perderam feio. Sim, eu ouvi a presidenta dizer, como alguém pode não acreditar nela? Tão idônea.
Ganhamos também mais alguma pérola daquele nosso grande pensador e estadista. Fiquei até com dó quando os japoneses saíram do campeonato já logo na primeira fase, que tolos, se não pensassem tanto em educação e saúde teriam mais craques. E a Inglaterra então? Não estavam acostumados a jogar em gramados tão bons, deu no que deu. Gênio. Devia ter alguma boa guardada para os alemães, do tipo (tem que pensar naquela voz agradável falando), de que adianta esses chucrutes terem tanta disciplina, tem que ter a malandragem, se não não ganha copa…
A criançada, tadinha, chorando desconsolada, pediram tanto “joga pra mim”. Ainda não sabem, mas ainda vão perceber um dia que não foi mau negócio essa histórica tragédia futebolística brasileira. Não dá para dissociar, ao menos nessa “copa das copas”, a política do futebol. As eleições estão aí, há um custo político alto envolvido na história. Aquela senhora durona, talvez um pouco esticada demais, ficou titubeante se entregaria a taça ou não, mas o circo estava indo bem, se empolgou, e topou. Deve estar desesperada com a roubada em que se meteu. Agora um resfriado no domingo, um compromisso de força maior, o aniversário do sobrinho, qualquer coisa, uma tábua de salvação! Imagina entregar a taça pra Argentina no Maracanã entupido, nossa senhora!
Tomar uma pancada desse tamanho as vezes é necessário para pensar melhor. O Brasil precisa parar com esse orgulho infantil, uma estrelinha a mais ou a menos, que diferença faz? Éeee….humm…hãaaa. Ser o melhor do mundo no futebol! Parabéns, que importante. Mas fica pra próxima, 08/07 vai ser como no 11/09, não vai ter um que não se lembre onde estava.
A propósito, falando do futebol, entre as infinitas piadas, execuções de reputação alheia e outras graças, tem muita gente falando sério. Um amigo escreveu: “foi a vitória da disciplina e consistência sobre o improviso e o jeitinho”. Falou bonito. É a racionalidade sobre o excesso de emoção, a competência de um grupo sobre a idolatria de um menino (se safou dessa o sortudo), do equilíbrio sobre o descontrole. Não tem cabelinho, não tem bonezinho de lado, não tem bracinho fechado de tatuagem, não tem esse negócio de ficar rezando no campo pra qualquer coisa, eles são bons simplesmente, objetivos, não precisam de subterfúgios para aparecer. Perdem os cabelereiros, ganham os pais da meninada, pelo menos depois dessa não vamos precisar ver um monte de moicaninhos “loiros” por aí, ou pior ainda, pescocinhos carimbados; “tudo passa”. Por um triz…
Estranhamente, a proliferação de carros exibindo bandeirinhas acabou, a multidão do amor a pátria se desintegrou, os heróis sumiram. Não entendi.
Que se cuide o COB!