No Itaú Cultural, a abrangente obra do cenógrafo, arquiteto, desenhista, pintor…

… professor, gráfico, figurinista em grande instalação na sede do Instituto, na Avenida Paulista, onde permanece até 17 de julho. A exposição marca, ainda, o início dos trabalhos de digitalização do acervo que leva o seu nome e da construção do site sobre sua vida e obra. Os dois projetos serão postos em andamento ainda neste ano.

Em 120 m2, a Ocupação mescla o ambiente do atelier do artista ao das festas juninas, com os santos João, Pedro e Antonio, que ele tanto apreciava. O espaço encarna os valores do artista que se  destacou nacional e internacionalmente em cada uma das formas artísticas que experimentou. Completando o cenário, filmes, debates e a exposição de 16 telas matrizes serigráficas originais, cujas reproduções poderão ser serigrafadas pelo público em tecidos oferecidos pelo instituto ou em qualquer peça pessoal que levem – gravatas, cachecóis, camisetas, só para sugerir alguns -, orientados por monitores.

“Em um recorte radical, frente à multidisciplinar e vasta obra de Flávio, centramos o foco em sua atuação em serigrafia, através da visualização das telas matrizes originais e da experimentação ao vivo da atuação no atelier montado na exposição”, adianta Vera Hamburger, arquiteta e cenógrafa que coordenou e concebeu o conteúdo da exposição.

Flávio Império nasceu em 1935. Nos anos 60, já formado em arquitetura, foi um dos fundadores, com Gianfrancesco Guarnieri e Augusto Boal, do Teatro de Arena. Também trabalhou no Oficina, com Zé Celso Martinez Correa. Criou a cenografia de peças importantes como Um Bonde Chamado Desejo, de Tennesse Williams, Roda Viva, de Chico Buarque, A Falecida, de Nelson Rodrigues, Labirinto, com Walmor Chagas. São dele, ainda, os cenários de grandes shows dos anos 70, como Pássaro da Manhã, Rosa dos Ventos e Vinte Anos da Paixão, de Maria Bethânia, e de Doces Bárbaros, com Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil e Bethânia. O percurso foi compartilhado em diversas ocasiões com o cenógrafo contemporâneo de Flávio, Hélio Eichbauer que hoje assina o cenário desta Ocupação.

Morreu em 1985, poucos meses antes de completar 50 anos. Deixou um vasto legado artístico e um enorme rastro de alunos para quem deu aula durante 14 anos na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP) e também de amigos que se recordam de seu espírito agregador e criativo.

A Ocupação Flávio Império é a nona da série de “ocupações” promovida pelo instituto desde 2009 e a segunda de 2011. Como as demais, ela reafirma o compromisso da instituição com a preservação do patrimônio cultural e artístico do país. Dessa exposição resultará uma publicação sobre a trajetória do artista.

Detalhes sobre a exposição e a programação de filmes e debates podem ser conferidos no site www.itaucultural.org.br/ocupacao

Serviço
De 2 de junho a 17 de julho de 2011
Ocupação Flávio Império
Itaú Cultural
Avenida Paulista, 149, Estação Brigadeiro do Metrô
Tel. 11 2168-1776
De terça a sexta, das 9h às 20h; sáb., dom. e feriado, das 11h às 20h
Entrada franca