Etapas evolutivas na via do conhecimento
O corpo humano é um universo em miniatura. As sílabas que compõem a palavra “Hatha” significam o sol (“ha”) e a lua (“tha”) e, em nosso organismo, as energias solar e lunar percorrem três principais canais, chamados “nadis” que se movem ao longo da coluna.
São eles “Pingala” (lado esquerdo), “Ida” (lado direito) e o mais importante e central, “Sushumna”, localizado na medula óssea. Este é o nadi do fogo, que desperta a energia da “kundalini”.
Quando respiramos, os três canais são ativados e o ar os permeia como se fosse uma serpente entrelaçada (como representada na imagem do Caduceu de Mercúrio). A respiração alternada (nadi shodana) é o principal movimento do ar para ativar esses canais principais.
Os canais são sutis, isto é, não existem fisicamente. Enquanto energia pura, eles percorrem o corpo. E as ligações entre esses canais de energia nervosa são chamadas de “chakras”, ou rodas, por estarem em constante movimento.
Chakras são os plexos nervosos que se localizam ao longo da coluna vertebral, na frente de cada glândula do sistema endócrino. São os 7 principais:
Muladhara
Situado na região pélvica, acima do ânus (“múla” – raiz, “ádhára” – suporte ou parte vital). Sua cor é marrom (elemento terra) e fica posicionado para baixo, na direção do períneo. A representação associada a ele tem a forma geométrica do quadrado e possui quatro pétalas, remetendo à força criadora que dá origem a todas as coisas. Seu som é “lam”.
Ligados a esse chakra estão os órgãos mais antigos do corpo: a carne e os ossos. O sentido é o olfato, relacionado à parte mais ancestral do cérebro. Relativo ao plexo do coccix, ele governa as funções de defecação e do parto. Os órgão de ação do Muladhara são os pés, base desse templo que é o corpo do homem. Ele estimula a palavra. A meditação sobre esse chakra controla o desejo, a inveja e a ira.
Svadhishthana
Situado no fundo da vulva (“yoni”), ou na raiz do pênis (“lingam”), significa força vital. É o símbolo da vida que, uma vez começada, é conservada. Sua cor é o laranja, seu elemento a água e, o som, “vam”.
Seis pétalas representam a união do céu com a terra, do consciente com o inconsciente. O forma geométrica é o círculo, símbolo da água. No corpo físico, é da água que se origina o sangue e os órgão a ela ligados são os genitais, os rins e as adrenais.
Svadhishthana governa o sentido do paladar, a região perineal e as pernas. As mãos são seus órgãos de ação. Ao meditar-se sobre esse chakra adquire-se o domínio sobre o elemento água, a capacidade de ver e comunicar-se com entidades dos mundos astrais e o poder de dominar a atividade sexual, seja pela castidade (“Brahmacharyn”), seja pelo Tantra Yoga. Ao escolher anular ou praticar o ato sexual, o yogue não desperdiça sua energia. Em ambos os casos, a fonte de energia vital interior a faz subir para o cérebro ao invés de ser expelida para o exterior.
Manipura
Plexo solar. O terceiro chakra situa-se no centro do corpo, atrás do umbigo. Seu elemento é o fogo, símbolo do poder de destruir e de transformar a matéria em energia sutil. A forma geométrica relacionada é o triângulo e a cor o amarelo. Som: “ram”.
A esse chakra está ligado o poder de conversão da energia cósmica em energia individual: ele governa justamente os órgãos do aparelho digestivo e suas funções de digestão e assimilação. Seu ponto focal é o pâncreas e o sentido, a visão.
Meditar sobre Manipura leva ao conhecimento do corpo inteiro; “queima” energias negativas, transformando-as em positivas.
Na próxima semana, os chakras: Anahata, Vishuddha, Ajna e Sahashara
Namaste
Imagens: Reprodução