Berço do único delta a mar aberto das Américas, o Estado esconde ainda as origens do surgimento do homem no continente
Situado na região Nordeste do país, o pequeno estado do Piauí, que há alguns anos abre suas portas para o turismo, começa a ganhar espaço quando o assunto é ecoturismo e turismo de aventura. Com apenas 66 quilômetros de litoral e uma geografia que varia de vales úmidos a Chapada das Mangabeiras, a 880 metros do nível do mar, o Estado abriga o complexo Polo Costa do Delta e a Serra da Capivara, declarada patrimônio Cultural da Humanidade pela Unesco por conter vestígios do surgimento do homem no continente americano e formações geológicas de mais de 400 milhões de anos.
O Delta do Rio Parnaíba é o único das Américas cuja foz deságua em mar aberto e, em seu caminho, vão surgindo praias fluviais. Seu delta forma um arquipélago com 2700 km² de área com mais de 80 ilhas e praias desertas. Em território piauiense, cruza as cidades Buriti dos Lopes, Luís Correia, Cajueiro da Praia, Ilha Grande e Parnaíba, formando o Polo Costa do Delta. O delta serve também de cenário para a Rota das Emoções, um dos passeios mais famosos do Brasil.
Em Parnaíba, dentre as muitas belezas naturais está a Lagoa do Portinho, cercada de dunas. Por lá acontece o Campeonato Mundial de Windsurfe, além de ser um dos lugares favoritos pelos praticantes de atividades náuticas. A Praia da Pedra do Sal é o point dos surfistas, mas gente de todo o canto aparece no final da tarde para apreciar o belo pôr-do-sol que se revela sobre as pedras. A praia foi batizada assim por causa de um fenômeno diário curioso: quando o mar está alto, as ondas quebram sobre imensas pedras, onde pequenos nichos ou depressões acumulam água e depois, com a evaporação, o sal.
Em Luis Correa, a Praia do Coqueiro é muito procurada para a prática de kitesurfe. Em Cajueiro da Praia, a visita ao Projeto Peixe-Boi Marinho é obrigatória, assim como ao balneário de praias desertas de Barra Grande. Já Ilha Grande é uma das mais belas paisagens do litoral do Piauí. Dunas, manguezais, lagoas formadas pelas águas das chuvas, rio e passeios de barco fazem dessa cidade quase uma parada obrigatória para quem visita a região. No antigo povoado Morro da Mariana é possível encontrar artesanato em rendas de bilro e em palha.
Na Serra da Capivara, o viajante embarca numa máquina do tempo. Salpicada por mais de 30 sítios arqueológicos que trazem os primeiros registros da presença dos homens nas Américas, há mais de 60 mil anos. São milhares de conjuntos de pinturas pré-históricas feitas por povos caçadores-coletores há cerca de 12.000 anos. Os interessados em biologia se deleitam com as espécies endêmicas da caatinga, bioma exclusivamente brasileiro, onde a fauna e a flora apresentam a maior biodiversidade do semi-árido nordestino. A Serra da Capivara também atrai praticantes de atividades de aventura, como rapel, tirolesa, cicloturismo e espeleologia.
A temperatura varia de 15oC, nas regiões mais altas, a 38oC no litoral. O clima varia de tropical a semi-árido no interior. Filtro solar e repelente são indispensáveis. Também é fundamental levar uma mochila pequena com água e lanche, pois há muitas praias desertas, sem comércio local.
Alguns outros atrativos também podem ser encontrados nestes cenários exclusivos. Safáris, passeios de barco e trilhas são as preferidos dos turistas.
Todos estes destinos são contemplados pelo Programa de Promoção e Comercialização Nacional da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura), que trabalha para fortalecer o segmento e reforçar o potencial do Brasil para oferta segura e responsável de atividades de Ecoturismo e Turismo de Aventura.