Aconteceram na semana passada, dias 16, 17 e 18 de Novembro, os leilões de arte latino-americana na Sotheby’s e na Christie’s em Nova York.
Na Sothebby’s, o cubano Wifredo Lam (1902-1982), com seu óleo sobre tela de 1970, 213 x 244cm, “Os Abolachas dançando para Dhambala, deus da unidade” capa do catálogo, atingiu 2,154,000 USD, recorde de Lam em venda pública. Esta obra veio de uma coleção particular americana e anteriormente era mantida na sala principal da casa do próprio Lam, em Albissola Maré, no litoral italiano.
Entre os 16 lotes de artistas brasileiros, todos vendidos, merece destaque a obra escultura de Sergio Camargo (1930-1990), Nº 232, de 1969, uma das várias construções de cilindros de madeira cortados em diagonal e pintados de branco, criando jogos de planos, arrematada por 482,500 USD.
Uma “Vista do Rio de Janeiro a partir do Hotel de Santa Thereza”, pintada em 1869 por Nicolau Antonio Faccchinetti (1824-1900), óleo sobre tela, 56 x 85cm, atingiu 338,500 USD, contra uma estimativa de 100,000 a 150,000 USD. Ponto para a iconografia brasileira do séc 19.
A Christie’s, que teve como carro-chefe a “Cena de Família” do colombiano Fernando Botero, conseguiu, na minha opinião, apresentar lotes mais expressivos da nossa arte contemporânea, todos vendidos acima das estimativas.
Todos os nove Boteros saíram-se muito bem, mas foi o óleo sobre tela “Cena de Família”, retrato de uma família de toureiros, de 1985, 169 x 179cm, colocado em leilão pela primeira vez, que atingiu a maior cifra da noite: 1,706,500 USD.
O Argentino Julio Le Parc, nascido em 1928, mestre da Op Art e Arte Cinética, teve a obra “Seuil de Perception”, executada em Paris, em 1960-62, a mais disputada da noite. Com estimativa entre 50,000 e 70,000 USD. O vitorioso comprador levou, por telefone, por 506,500 USD.
Segundo Nathalie Lince, representante da Christie’s no Brasil, e que esteve no leilão, a segunda obra mais disputada na noite do dia 17 foi “Paisagem Canibal”, de Adriana Varejão. Esta obra de 2003, óleo e poliuretano sobre madeira, 170 x 220 x 21cm, típico exemplar da forma com que a artista explora a colonização brasileira, tinha a maior estimativa entre os brasileiros, de 250,000 a 350,000 USD. Resultado: 602,500 USD.
Entre os brasileiros, foi a obra de Beatriz Milhazes, “Machina”, acrílico sobre tela de 1993-94, 100 x 193cm, que atingiu a maior cifra: 722,500 USD, contra estimativa de 200,000 a 300,000 USD.
Surpresa da noite para o mercado brasileiro foi a obra do concretista Helio Oiticica, morto em 1980, com seu guache sobre cartão de 1958, 45 x 55 cm, “Metaesquema (Dois brancos)”. Esta obra procedente de uma coleção particular de NY, tinha estimativa entre 80,000 e 120,000USD. Resultado final de 362,500 USD.
O mercado de arte está aquecido e as duas casas de leilão, Sotheby’s e Christie’s, juntas, venderam mais de 43 milhões de dólares em arte latino-americana. Vale a pena conferir os resultados nos sites
www.sothebys.com
www.christies.com
Constantemente acontecem leilões nas mais diversas especialidades e fica aqui minha sugestão para sua próxima viagem. Nova York não é só o paraíso das compras e restaurantes. Arte de primeiríssima está nos museus, galerias e também nas casas de leilão, para ser admirada e, por que não, adquirida.
Até a próxima semana e um bom dia, com arte.