VP de Designer Criativo da Herman Miller mostra a ação transformadora que um grande cartaz pode ter
Para o designer gráfico Steve Frykholm, a vida na Herman Miller tem sido um verdadeiro piquenique. O Vice-Presidente de Design Criativo contempla os seus 45 anos de serviço na empresa e repassa a sua primeira incumbência, agora canônica, no trabalho: um cartaz para o piquenique da empresa.
Passou os seus anos de formação em Kansas e depois fez faculdade de Artes Visuais na Universidade de Bradley; em seguida, fez mestrado em Artes Visuais na Cranbrook Academy of Art com foco em design, e depois passou dois anos lecionando na Nigéria com o Peace Corps. Depois disso, foi trabalhar no litoral! Nova York, Los Angeles, São Francisco, onde as coisas estavam acontecendo.
Em 1970, Steve Frykholm era recém graduado quando foi contratado pela Herman Miller. Entre as suas primeiras incumbências estava a tarefa de desenhar um cartaz para promover o piquenique anual da empresa. Mal sabia ele que o cartaz resultante provocaria uma série ambiciosa que desde então já adentrou inúmeras coleções de museus e o colocou de vez na lista ilustres designers da Herman Miller.
Em uma conversa com Frykholm a respeito da qualidade transformadora que um grande cartaz pode ter, perguntamos se é possível ainda hoje, que os cartazes de rua possuam alguma relevância quanto nos anos 70. Frykholm acredita que um bom cartaz, um cartaz que realmente comunica uma ideia, ainda é relevante. Existem diferentes tipos de cartazes: informativos, promocionais, comemorativos. Para ele, um cartaz na verdade não é nada mais do que um selo postal, só que grande. “Os cartazes que têm um bom design realmente são legíveis do outro lado da rua”, diz.
Na elaboração da ideia, tanto o analógico quanto o digital são importantes. Steve Frykholm confessa ser um pouco decepcionante não ter aprendido a trabalhar no computador desde o início da carreira, entretanto acha que pode ser desconcertante para um jovem designer que nunca realmente usou experimentou o modo analógico com tesoura, lápis e fita adesiva, ou nem mesmo fotografias, giz de cera ou cola, entender o processo.
Em seus 45 anos de Herman Miller, Steve diz ter tido muita sorte de estar em uma organização que tem um DNA de design maravilhoso com permissividade e um impulso por originalidade. Reflete que é muito importante cultivar o relacionamento e que já pensou em sair algumas vezes da empresa. Isso o remeteu à frase de George Nelson, Diretor de Design da Herman Miller, dos anos 40 até os anos 60. É de uma entrevista que ele e o Presidente da empresa, DJ De Pree, fizerem com um crítico de design, Ralph Caplan, sobre o primeiríssimo catálogo que o Nelson Office fez para a Herman Miller em 1948. O DJ faz o George passar um mau bocado dizendo como o catálogo é lindo quando ninguém nesta indústria o vende e o George diz, “Eu sei, mas sempre pode haver uma primeira vez”. Isso tem sido um tema na Herman Miller há 60 anos.
Depois dos cartazes, outra tarefa relevante que era destinado à ele, eram os relatórios anuais da empresa. Independentemente de estar trabalhando com Clark Malcolm [escritor de longa data na Herman Miller] ou de estar trabalhando com outros escritores ao longo do processo, sempre viu o relatório anual da Herman Miller como uma peça de aptidão empresarial que simplesmente tinha números. Coletivamente, o conjunto é bastante agradável. Alguns são excelentes; outros nem tanto, mas sempre deu bastante de si.
Após todos estes anos, Steve Frykholm continua animado com design gráfico e diz se divertir fazendo isso e que tem muito prazer e inspiração quando vê um belo design gráfico. Mas realmente gosta de arte performática, pois tem mais dimensões. Não é estática. Acha que é por isso que se envolveu com os espetáculos da Ballet Grand Rapids. “O meu batimento cardíaco aumenta!” completa. Quando os cartazes foram impressos novamente, Frykholm diz ter se divertido muito e que teve a sensação de que muitas memórias voltaram, até mesmo o cheiro da planta. O impressor que havia impresso todos os seus 20 cartazes originais voltou para fazê-lo. Foi muito divertido ver a nova prensa grande de quatro cores e pensou o que poderia fazer com aquela máquina!
Adaptação do Texto original de Amber Bravo