Não posso dizer que o Dr Ruy Mesquita tenha sido um pai para mim, porque eu tive, e ainda tenho um pai ótimo. Mas que minha convivência com ele, com seu irmão, com seus filhos foi determinante na minha vida e na minha formação como homem, cidadão e jornalista, não há dúvida. O Jornal da Tarde e o Estadão formaram uma legião de bem pensantes. Dr Ruy sempre foi o exemplo. Igual a eles, minha família apoiou o golpe de 64, contra o comunismo. Mas foi com os Mesquitas que eu entendi que o contrário do comunismo não é a ditadura de direita, que é igual com sinal invertido, mas a liberdade. Eu entrei para o JT muito jovem, no meio da faculdade, ainda em formação. Foi lá, para sorte minha, que eu me tornei o que sou, seguindo o exemplo que eu via. Sempre tive medo que, depois que o Dr Ruy se fosse, viria o dilúvio. Mas as palavras finais do texto de hoje do Fernão, no Estadão, por sinal muito bonito, me reconfortaram, e me derama esperança de que ainda haja força para seguir na defesa da liberdade na geração que tomará o timão. Salve Dr Ruy! Descanse em paz
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Cesar Giobbi
Cesar Giobbi é jornalista desde 1972. Atualmente é colunista cultural do Jornal da Gazeta, da TV Gazeta, e assina seu blog. Continua colaborando, eventualmente, com revistas nacionais. Na imprensa escrita, manteve por 14 anos a coluna Persona, no Estadão. Antes disso, ficou 18 anos no Jornal da Tarde, onde foi de foca a editor, pauteiro, chefe de reportagem e reporter especial da Variedades. Trabalhou nos jornais Gazeta Mercantil, Brasil Econômico e Metro. E manteve uma coluna mensal nas revistas Transbrasil, e RG, então da Vogue. Na internet manteve por cinco anos um site de notícias com seu nome. No rádio, teve programas na Eldorado e Bandeirantes. Na TV, teve programas na TV Cultura e no Canal Rural. E participou por mais de dez anos, como cronista de cultura, no Programa Amaury Jr, em várias emissoras. Cesar Giobbi é diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), membro do conselho da Fundação Bienal de São Paulo, do Instituto de Arte Contemporânea (IAC), e das organizações sociais Poiesis e Diversa. É membro da Associação Brasileira de Críticos de Arte desde 1973. É diretor do Instituto Pró Queimados, desde sua fundação em 1997.