Tenha um objetivo, mas não esqueça que a qualidade de seu objetivo vai depender da qualidade da sua vida.
Que seu objetivo seja elevado e amplo, generoso e desinteressado, assim sua vida se tornará preciosa para você e para os outros.
No entanto, qualquer que seja o ideal a que se proponha atingir, você são poderá realizá-lo perfeitamente se não materializar a perfeição em si mesmo.
O primeiro passo desse trabalho de auto-aperfeiçoamento é tornar-se consciente de si, das diferentes partes de seu ser e de suas respectivas atividades. É preciso aprender a distinguir essas diferentes partes umas das outras, para que você se dê conta claramente das origens dos movimentos que se produzem, dos impulsos, das reações, das intenções diversas que o impele a agir.
Seja o que for que você faça, não esqueça nunca o objetivo a que você se propôs. Na realização dessa grande descoberta não há coisas pequenas ou grandes, todas são importantes e podem contribuir para o seu sucesso, ou então prejudicá-lo.
Assim, antes de comer, concentre-se na vontade de que esse alimento que você vai absorver traga para seu corpo a substância necessária para servir de base sólida a seu esforço em direção à grande descoberta, e que dê a ele a energia da persistência e perseverança no esforço.
Antes de dormir, concentre-se alguns segundos na vontade de que o sono restaure seus nervos cansados, traga a seu cérebro calma e tranquilidade, para que ao levantar você possa retornar com ardor renovado sua jornada no caminho da grande descoberta.
Antes de agir, concentre-se na vontade de que sua ação ajude a sua caminhada para a frente.
Em resumo nunca esqueça a razão, o objetivo de sua vida.
Deixe a vontade da grande descoberta planar constantemente acima de você, do que você faz e do que você é, como um imenso pássaro de luz dominando todos os movimentos de seu ser.
Palavras de Mira Alfassa (1878-1973), artista e intelectual francesa, conhecida como “A Mãe” no trabalho desenvolvido com o educador, poeta, pensador yogue e mestre espiritual indiano Sri Aurobindo (1872-1950)
Foto: Ivone Santos – I stop for photographs © (Buddha em exposição no Museum of Fine Arts – Boston -2009)
